|13|: A pior parte foi acreditar

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|Lee Yura|

    Eu sempre soube e por toda vida, eu vi no olhar das pessoas o que elas pensavam de mim

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Eu sempre soube e por toda vida, eu vi no olhar das pessoas o que elas pensavam de mim. Sempre notava seus sorrisos trêmulos quando eu lhes respondia algo que queriam saber à meu respeito. Nunca me faltou a ciência da forma que o mundo me enxergava.

"Ah, que tola. Como pode existir uma romancista em pleno século XXI?", "YouTuber? Profissão de gente preguiçosa.", "Moda? Viagem? Que futuro cultural isso pode oferecer?", "Cabelo colorido? Ela é doida?", "Seria uma pena se ela caísse do salto."

Imaginava o pensamento alheios sobre mim apenas com o olhar que me lançavam. Tantos elogios que recebi, sei que nem 70% foram verdadeiros.

Porventura.... É aquilo que dizem sobre a regra da exceção. Achei que não iria encontrar outra regra depois da SunHee. Mas então no natal de 2010, cujo deveria ter sido como todos os outros, a minha Unnie e eu acabávamos de nos arrumar para mais uma ceia e ela me disse, esborrifando perfume em seu pescoço:

- Yu... Lembra daquele amigo meu que conheci no curso de francês? - e eu assenti, me lembrando do tal amigo que eu sequer havia visto o rosto - Convidei ele pra jantar com a gente hoje. Pelo o que ele me disse, não tinha nenhum lugar pra passar a ceia de natal numa forma divertida.

- Omo! E você nem me fala, sua maluca? Eu deveria ter tido tempo para preparar meu psicológico pra dividir você com outra pessoa durante a noite! - reclamei, arrancando risos da mesma.

- Larga de drama. Você vai gostar dele. - sorriu e me agarrou pelo braço, para sairmos de seu quarto, já que estávamos prontas.

Até aquele momento o natal estava como era todos os anos: a casa cheia, tia Hyerai entretendo nossos familiares, primos pequenos correndo pela casa, a árvore de natal com dois metros de altura, potencialmente adornada, o cheiro de peru que assava no forno e o melhor; a sensação boa de ter uma família. Mesmo que meus pais não estivessem mais entre nós, eu me sentia bem.

O que me levou a lembrar até hoje, de cada detalhe em específico daquela noite, estava prestes a entrar em cena.

Lembro-me em detalhes ricos que estávamos eu, Sun e nossa prima de segundo grau, a qual não me lembro o nome, só porque sempre foi assim. Falávamos sobre coisas banais que se conversam em reuniões de família, recordo-me bem que o sofá que nos sentamos era vermelho e a lareira estava próxima de nós, aquecendo-nos, já que o frio estava agressivo de tal forma que os aquecedores não eram suficientes para apaziguar a baixa temperatura. Até que a campainha tocou.

- Aigo! Deve ser o YoonGi! - de supetão, SunHee levantou-se do sofá, esfregando suas palmas uma na outra, como se estivesse preparando-se para algo - Já volto! - e saiu em disparada para atender a porta.

Minutos depois percebi uma certa movimentação próximo à porta de entrada que outrora esteve aberta. Ao longe notei um sobretudo preto, mas não pude ver o rosto de quem o vestia porque alguém mantinha sua cabeça na sua frente. Era possível ouvir coisas como "É seu namorado, Sun?", "Que belo rapaz. Estão namorando?" e os dois apenas diziam "Não, não... Somos apenas amigos."

Dialectic | ksjOnde histórias criam vida. Descubra agora