ROBERTO NASCIMENTO
O calor estava tão grande naquela sexta que a primeira coisa que fiz enquanto ia encontrar Heloísa foi ir dobrando logo as mangas da blusa até o cotovelo. Entrei no carro, ligando o ar no máximo e suspirei extasiado com a brisa gelada no meu rosto. O restaurante de onde tinha acabado de sair depois de comprar o almoço para nós dois estava tão quente que cheguei a suar lá dentro.
Quando meu celular vibrou dentro do bolso levei um susto ao ver o nome de Heloísa na chamada que entrava. Nós não tínhamos trocado nenhuma mensagem hoje combinando o encontro, mas eu apenas deduzi que estava tudo certo.
— Não me diz que você está querendo desmarcar, por favor — implorei assim que atendi.
— Não, seu bobo. — ela respondeu rindo. — Só me pega na próxima esquina, onde tem um prédio em construção. Depois te explico o motivo.
— Tudo bem. Estou chegando aí.
Segui direto, passando em frente à biblioteca e logo chegava ao ponto marcado por ela, vendo-a me esperando debaixo de uma árvore que lhe protegia do sol forte. Apenas para não quebrar a rotina, Heloísa estava linda num vestido branco, parecendo um anjo. Um anjo que era só meu.
— Oi. — cumprimentei-a quando ela entrou e fechou a porta, se adiantando para me dar um beijo ao sentir minha mão na sua nuca.
— Oi.
— O que aconteceu? — perguntei enquanto colocava o carro em movimento.
— Eu vi um grupo de alunos se aproximando e fiquei com medo deles me verem entrando no seu carro. Eles entraram na Starbucks que fica na frente da biblioteca, mas achei melhor não arriscar. Que cheiro é esse? — ela perguntou antes mesmo que eu tivesse tempo de falar qualquer coisa.
— Nosso almoço — respondi, apontando rapidamente para o banco de trás.
— Por que você não quer que eu cozinhe mais para você? — Heloísa perguntou com a expressão levemente ofendida.
— Não é que eu não queira, pequena. — falei, levando uma mão para sua coxa, como sempre levantando o tecido do vestido para tocar sua pele. — Mas eu prefiro que você passe mais tempo comigo do que na cozinha. Só isso.
Quando chegamos ao seu apartamento, comemos na sala mesmo, sentados no sofá, e ficamos trocando as caixinhas de comida sempre que um encontrava algo que o outro gostava mais de comer, até que não havia mais nada. Deixamos tudo em cima da mesa de centro mesmo e eu puxei Heloísa para perto, apoiando suas costas no meu peito, deixando-a entre as minhas pernas, enquanto me recostava no canto do sofá. Ficamos um bom tempo ali apenas conversando amenidades, minhas mãos acariciando seus cabelos e às vezes indo para seu pescoço e ombros, enquanto Heloísa brincava com o pingente do seu colar.
— Acho que nós deveríamos mudar algumas coisas. — ela comentou depois de um tempo em silêncio.
— Em relação a quê?
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Sete minutos no paraíso - Capitão Nascimento
FanfictionOnde Roberto Nascimento é um homem casado que acaba envolvendo-se mais do que deveria com uma amiga de seu filho. Adaptação da versão Camren de whyjaurelesba