10 - Change of plans.

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ROBERTO NASCIMENTO

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ROBERTO NASCIMENTO

O calor estava tão grande naquela sexta que a primeira coisa que fiz enquanto ia encontrar Heloísa foi ir dobrando logo as mangas da blusa até o cotovelo. Entrei no carro, ligando o ar no máximo e suspirei extasiado com a brisa gelada no meu rosto. O restaurante de onde tinha acabado de sair depois de comprar o almoço para nós dois estava tão quente que cheguei a suar lá dentro.

Quando meu celular vibrou dentro do bolso levei um susto ao ver o nome de Heloísa na chamada que entrava. Nós não tínhamos trocado nenhuma mensagem hoje combinando o encontro, mas eu apenas deduzi que estava tudo certo.

— Não me diz que você está querendo desmarcar, por favor — implorei assim que atendi.

— Não, seu bobo. — ela respondeu rindo. — Só me pega na próxima esquina, onde tem um prédio em construção. Depois te explico o motivo.

— Tudo bem. Estou chegando aí.

Segui direto, passando em frente à biblioteca e logo chegava ao ponto marcado por ela, vendo-a me esperando debaixo de uma árvore que lhe protegia do sol forte. Apenas para não quebrar a rotina, Heloísa estava linda num vestido branco, parecendo um anjo. Um anjo que era só meu.

— Oi. — cumprimentei-a quando ela entrou e fechou a porta, se adiantando para me dar um beijo ao sentir minha mão na sua nuca.

— Oi.

— O que aconteceu? — perguntei enquanto colocava o carro em movimento.

— Eu vi um grupo de alunos se aproximando e fiquei com medo deles me verem entrando no seu carro. Eles entraram na Starbucks que fica na frente da biblioteca, mas achei melhor não arriscar. Que cheiro é esse? — ela perguntou antes mesmo que eu tivesse tempo de falar qualquer coisa.

— Nosso almoço — respondi, apontando rapidamente para o banco de trás.

— Por que você não quer que eu cozinhe mais para você? — Heloísa perguntou com a expressão levemente ofendida.

— Não é que eu não queira, pequena. — falei, levando uma mão para sua coxa, como sempre levantando o tecido do vestido para tocar sua pele. — Mas eu prefiro que você passe mais tempo comigo do que na cozinha. Só isso.

Quando chegamos ao seu apartamento, comemos na sala mesmo, sentados no sofá, e ficamos trocando as caixinhas de comida sempre que um encontrava algo que o outro gostava mais de comer, até que não havia mais nada. Deixamos tudo em cima da mesa de centro mesmo e eu puxei Heloísa para perto, apoiando suas costas no meu peito, deixando-a entre as minhas pernas, enquanto me recostava no canto do sofá. Ficamos um bom tempo ali apenas conversando amenidades, minhas mãos acariciando seus cabelos e às vezes indo para seu pescoço e ombros, enquanto Heloísa brincava com o pingente do seu colar.

— Acho que nós deveríamos mudar algumas coisas. — ela comentou depois de um tempo em silêncio.

— Em relação a quê?

Sete minutos no paraíso - Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora