19 - This is the end?

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"É só isso
Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará"
Boa sorte, Vanessa da Mata

"É só issoNão tem mais jeitoAcabou, boa sorteNão tenho o que dizerSão só palavrasE o que eu sintoNão mudará"Boa sorte, Vanessa da Mata

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ROBERTO NASCIMENTO

Dizer que eu fiquei desesperado seria pouco. É claro que eu sabia que um dia precisaria conhecer a amiga de Heloísa, mas, por Deus, eu ao menos gostaria de estar vestindo alguma roupa. E eu sabia que nem aquilo poderia fazer agora, com medo de fazer algum barulho que pudesse ser ouvido do outro lado da porta.

Ainda assim, levantei apressado e girei a chave na fechadura o mais devagar e silencioso que consegui, fazendo um sinal para Heloísa ficar quieta e parar de se mexer tanto, pelo chão de madeira.

— Helô? Está em casa?

Heloísa me encarou com o olhar alarmado, perguntando o que deveria fazer e eu me aproximei dela devagar, evitando fazer barulho, abraçando-a até estar com a boca perto do seu ouvido.

— Espere um instante — instruí num sussurro quase inaudível.

— Heloísa? — tornou a chamar, a voz agora se aproximando do quarto.

— Responda como se tivesse acabado de acordar.

— Oi. — Heloísa respondeu e eu quase ri da sua falsa voz de sono, que mais parecia uma voz de pós-sexo. O que era exatamente a verdade.

— Está estudando? — Nós dois pulamos assustados quando ela tentou abrir a porta, mas obviamente estava fechada.

— Estava dormindo. — Heloísa se apressou a falar, antes que ela perguntasse o porquê daquela porta estar trancada. — Está tudo bem?

— Ah, sim. Só queria te avisar que o Gustavo vem jantar aqui hoje. Deve estar aqui por volta das sete.

— Pode deixar que eu ajudo a preparar o jantar — ela falou, parecendo já saber o que ela queria.

— Obrigada, Helô. Vou só tomar um banho e escolher uma roupa bonita. Você me ajuda com isso também?

— Claro que ajudo.

Esperamos em silêncio enquanto ouvia os passos se distanciando e estava prestes a falar quando Heloísa colocou uma mão sobre minha boca, pedindo para que eu esperasse mais um pouco. Apenas quando ouvimos uma porta abrindo e fechando, seguido de uma música tocando alta pela casa, foi que ela relaxou.

— Essa foi por pouco — ela falou, soltando o ar com força.

— Muito pouco — concordei, abraçando-a com força.

— Você precisa ir, Beto. E rápido. Ela nunca demora no banho.

— Tudo bem.

Beijei sua boca rapidamente antes de me afastar, começando a me vestir às pressas. Ainda estava vestindo a blusa quando Heloísa começou a me empurrar para fora do quarto, depois de olhar pelo corredor para se certificar de que o caminho estava livre.

Sete minutos no paraíso - Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora