• Shim Jake
Finalmente sábado. Sinto-me como se estivesse no céu: sem ter que acordar cedo, sem alarmes, sem dores, sem estresse, sem multidões. Sinceramente, é o melhor dia da semana.
— Irmão? — escuto o rangido da porta do meu quarto abrindo e uma voz me chama, que, infelizmente, sei exatamente de quem é. — O que foi agora, capeta? — é Sana, minha irmã mais velha. Para ser sincero, nem sei por que ela ainda mora com a gente. Esta idosa deveria estar fazendo faculdade em outra cidade ou, sei lá, trabalhando. Não que eu ache ruim, eu a amo, mas tenho que fingir que não.
— Vou fingir que não escutei isso, seu pirralho. Enfim, vamos assistir a um filme? — solto um gemido de desgosto. — Ah, não! Se for aqueles filmes de romance, eu não vou!
E lá vamos nós, de novo.
...
Meus olhos estavam fixados e concentrados na grande TV da sala. Para ser sincero, eu odeio esses filmes, mas sou praticamente obrigado a assistir, já que minha irmã ama. Mas, dessa vez, não pude deixar de prestar atenção pelo fato de que, no final do filme, os dois protagonistas estavam se beijando enquanto chovia, embaixo de um guarda-chuva. Minha cara de desgosto é visível para quem vê, inclino minha cabeça para o lado como se tivesse acabado de ver um assassino em série bem à minha frente. Imagina se fosse eu!? Será que... não, nunca. Solto uma risada curta enquanto olho para minhas próprias pernas.
— O que foi, doido, rindo sozinho? Você queria ser a menina do filme, né? Quer pica e não tá sabendo pedir — Sana comenta. — Que isso, menina? Mamãe deveria ter te abortado enquanto dava tempo — um tapa ecoa pela sala mediana. "Ai!" grito, colocando a mão no lugar atingido.
Eu e Sana não somos irmãos do mesmo pai. O pai dela é japonês, e o meu é coreano, mas nos damos bem. Nossa mãe é a mesma, que no momento se encontra solteira depois de dois casamentos indo diretamente para o ralo. Minha mãe é um amor, ou melhor, era, antes de virar uma completa alcoólatra. Sinto pena dela por não ter encontrado um amor recíproco. Contudo, vivemos em uma boa condição financeira, já que, quando minha mãe está sóbria, a única coisa que faz é trabalhar, e quando não está trabalhando, ela está dormindo. Não interagimos muito no dia a dia; sinto como se ela estivesse morta, com apenas a alma vagando por aí.
— Por que não saímos? — a voz animada de Sana chama minha atenção. — Você nunca se decide sobre o que quer fazer, né? — — Mas agora é sério! Vou chamar a Chaewon e a Giselle para ir com a gente. Vai vestir uma roupa! — Por que tenho um mau pressentimento sobre isso?
...
Na minha cidade estava havendo um evento sobre animes, e a amiga da minha irmã, Aeri, conhecida como Giselle, é uma completa fã, ou melhor, obcecada por essas animações. Aproveitando que a garota já iria ao tal evento, decidimos acompanhar como os grandes intrusos que somos.
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como (não) viver um clichê - HeeJake
Hayran Kurgu︶⏝﹕ Sabe aqueles filmes clichês? Jake, surpreendentemente, se vê vivenciando um dos roteiros deles. No entanto, ele se recusa a seguir o enredo previsível, onde todos conhecem cada passo dos personagens, optando por criar seu próprio roteiro. Ou ...