Conspiração

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Finalmente, você conseguiu convencer Donna a parar sua tentativa de perseguir e se vingar de Miranda. Você sabia que ela não conseguiria, que vocês não conseguiriam fazer isso sozinhos, mas que vocês queriam fazer. Tinha que acabar, mas não seria fácil.


A noite chegou entre lágrimas e abraços eternos de conforto e desculpas. A pobre senhora de preto implorou por misericórdia e perdão por suas mãos impulsivas, por quererem assassinar você em nome de uma Deusa que não era mais uma Deusa. Ela nunca mais seria para Donna, para você, para qualquer um, você esperava.

“Você quer que eu faça outro chá para você?” Você perguntou, enxugando as lágrimas do rosto dela.

Donna balançou a cabeça, colocando a xícara vazia na mesa. Ela não conseguia olhar nos seus olhos, mesmo que você já a tivesse perdoado.

“Okay...” Você disse, agachando-se e apoiando-se nos joelhos dela, estudando seu olhar perdido, o tremor sutil e melancólico de seu corpo. “Donna, acalme-se.”

“Como você quer que eu fique calma, Eveline? Eu quase te matei,” ela sibilou com raiva. Não era raiva de você, mas de si mesma.

“Esqueça isso, meu amor”, você disse, sentindo um nó no estômago ao se lembrar das mãos dela envolvendo sua garganta sem piedade.

“Você deveria ir embora”, disse a moça, desviando o olhar de você, soluçando só de dizer aquelas palavras. “Você não está segura aqui.”

“Pare de falar bobagens. Eu não vou a lugar nenhum”, você disse, suprimindo o tom furioso que queria usar. Não era hora de gritar. Você não suportaria vê-la perder a cabeça de novo.

"Mas…"

“Não, Donna. Eu prometi que ficaria com você e pretendo cumprir essa promessa. Uma falsa Deusa estúpida não vai me impedir de cumprir minha palavra”, você disse, determinado a fazê-la acreditar em você, para evitar que seu olho continuasse sofrendo de tanto chorar. “Além disso, não posso abandonar minha esposa.”

"O que você está dizendo? Você não... Você não quer que eu seja sua esposa", Donna disse, cabisbaixa, afastando sua mão da dela com um soluço lamentável.

“Claro que eu quero. Isso não vai mudar nada. Ninguém, nem mesmo Miranda, pode mudar o que eu sinto por você. E espero que você pare de falar bobagens e se recomponha. Temos muitas coisas para fazer.”

Donna sorriu, muito sutilmente, um sorriso quase imperceptível aos seus olhos.

“Sim, Donna, ouça o tolo”, disse Angie, que permaneceu em silêncio até aquele momento.

“Viu? Por que Angie mentiria para você?” Você disse casualmente, divertido, passando a mão sobre sua bochecha molhada, fazendo-a olhar nos seus olhos.

“Eveline... eu te amo,” Donna disse antes de você se levantar. Ela não dirigiu essas palavras diretamente a você, mas é claro, você entendeu a indireta.

“Eu também. Mais do que você imagina. Então, é por isso que precisamos pensar em como vamos resolver isso. Você não sabe o quanto eu gostaria de compartilhar minha vida com você. Sem Miranda, sem escuridão. Você e eu.

“Você e eu...” Ela repetiu como se fosse uma espécie de autômato.

“Sim,” você suspirou, inclinando-se em direção a ela, beijando seus lábios lentamente, com ternura e compreensão. O gosto salgado de suas lágrimas fez seus olhos começarem a gerar uma também.

Mas não, não era hora de continuar chorando. Você tinha que agir, e rápido.

“Fique aqui, ok? Relaxe,” você disse, se afastando do beijo dela enquanto continuava a acariciá-la. “Vou ligar para alguém. Angie, venha comigo.”

The Hell I want to stay inOnde histórias criam vida. Descubra agora