Sacrifício

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“Implore pelo meu perdão, Eveline!” A bruxa exigiu, agarrando você firmemente pela gola do seu vestido. “Você é estúpida!”

“Eu não vou me desculpar!” Você gritou de volta, chutando o ar, ganhando bravura sobre-humana, uma força que você não sabia que tinha. Não, você não iria se rebaixar mais, você não queria se desculpar. “Eu farei qualquer coisa para tornar sua vida um inferno!”

“Você é uma vadia muito ousada,” Miranda sibilou, deixando você cair no chão, com olhos raivosos e injetados de sangue. “Eu acho que você não está ciente da seriedade da sua situação.”

Por um momento, a lucidez e o pensamento racional retornaram à sua cabeça. Não era sua vida que estava em jogo, era a de Donna. Você não podia morrer, Miranda precisava de você. Mas Donna... Donna era dispensável, uma moeda de troca para tornar seu comportamento exemplar.

“Eu…” Você murmurou. “Sinto muito.”

Miranda ergueu as sobrancelhas diante do seu comportamento radical e um sorriso malicioso se abriu em seu rosto.

“Uau, parece que você caiu em si”, ela disse divertida, percebendo o medo em seus olhos, percebendo que você havia se lembrado das coisas que estavam em jogo. “É assim que eu gosto, passarinho.”

“Não faça nada com Donna, eu... eu imploro”, você disse, abaixando a cabeça, baixando o olhar em um gesto de humilhação, de falsa devoção.

“Mas como você é fofa, Eveline,” Miranda sussurrou rindo, levantando o queixo para que você pudesse olhar nos olhos dela. “Você faria qualquer coisa por ela, certo?” Ela perguntou, com um tom diferente, como se estivesse incrivelmente repugnantemente ciumenta da moça de preto.

“Sim”, você disse secamente, percebendo como a visão à sua frente estava turva devido às lágrimas.

“Ok, ok…” Ela murmurou, soltando seu aperto, se afastando de você. “Ajoelhe-se e implore por perdão.”

Você, suspirando, começando a ficar cansado de tudo, obedeceu, sentindo uma humilhação que não era comparável a nenhuma outra em sua vida.

“Mãe Miranda,” você suspirou, fingindo um tom neutro, algo que era impossível. “Eu imploro que você seja gentil o suficiente para perdoar minhas ações.”

“Muito bem, passarinho... Mas isso não é o bastante,” ela disse com o mesmo olhar louco, caminhando um passo mais perto de você. “Se você quer que eu te perdoe, você vai ter que se esforçar mais.”

“O que posso fazer para conceder seu perdão divino?” Você perguntou com os lábios apertados, seus punhos brancos de raiva e frustração.

“Percebo uma certa ironia em suas palavras?”, Miranda perguntou, estudando seus gestos, percebendo a maneira como você falava, a expressão furiosa que estava escondida em seu olhar.

“Não, eu farei o que você quiser”, você disse, fechando os olhos e respirando fundo, tentando por todos os meios parecer sincero.

“Bem, isso me dá algumas ideias…” A bruxa disse com olhos escuros, chegando ainda mais perto.

“Seus desejos são ordens para mim”, você disse enojado, evitando pensar no que ela estava insinuando.

“Você é tão especial, Eveline… Eu não gostaria de desperdiçar você,” ela disse, levando suas mãos para suas roupas de sacerdotisa. “Espero que você não me faça me arrepender e… O quê?”

Miranda se virou bruscamente, encarando a porta do laboratório. Parecia que algo havia chamado sua atenção. Você, determinada a fechar os olhos e aguardar a punição, não percebeu, abrindo-os quando o contato demorou demais.

The Hell I want to stay inOnde histórias criam vida. Descubra agora