Eu lutarei, nós lutaremos

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Você estava ofegante descendo aquelas encostas perigosas, escorregando na neve restante, correndo desesperadamente em direção à vila, rezando para que Donna ainda estivesse viva, que Miranda não a tivesse descoberto, o que parecia improvável.


Embora você tenha tido dificuldade em acreditar nas palavras do Duque, de que ele faria um ato altruísta, você tinha a sensação de que ele cumpriria sua missão e logo os lordes se juntariam a você na luta.

Mas não havia tempo para esperá-los, não quando o amor da sua vida havia decidido se sacrificar por você, jogá-lo de forma suja no caminho da liberdade, com a possibilidade de desaparecer daquela vila para sempre.

Desorientado, mas determinado, você localizou as portas do castelo, aquelas que você sabia que levavam àquele lugar, aquele lugar onde você enfrentou um julgamento injusto por ter chegado lá, um julgamento que levou aos eventos mais estranhos da sua vida.

“Donna?” Você perguntou timidamente naquela sala de tijolos, onde Karl Heisenberg, antigo inimigo e agora aliado, sequestrou você para levá-la aos pés de Miranda.

Não houve resposta, é claro, apenas uma sombra deitada no canto, uma que você reconheceu com horror.

“Porra… Angie,” você disse correndo em direção à boneca, que estava inerte no chão.

Isso significava que Donna estava morta? Não, você não podia, você não queria acreditar nisso.

“Angie, Angie… Vamos, acorda, acorda”, você disse, sacudindo o boneco vigorosamente, fazendo suas articulações se moverem de forma exagerada. “Angie, droga…”

A boneca não se moveu, fazendo você gemer desesperadamente antes de uma ideia passar pela sua cabeça.

“Vamos, acorda, acorda...” Você disse mais calma, colocando as mãos nas frestas da cabeça dela, naquele tipo de coisa estranha que ficava escondida atrás da porcelana. “Vamos...”

Como um milagre providencial, um formigamento bem-vindo percorreu suas veias, iluminando-as com aquele brilho característico, enviando uma sensação indescritível de euforia ao seu corpo.

Seus poderes retornaram. Ou eles simplesmente não se foram. Com aquela Bruxa te assediando, tocando e humilhando, você não conseguiu fazer nada, mesmo que tentasse com todas as suas forças.

“Eveline boba!” Angie gritou, assustando você, fazendo você cair no chão. “O que você fez? Você não deveria estar aqui.”

“Angie, graças a Deus…” Você disse aliviada, sorrindo ao ver aquele monstrinho se movendo novamente. “Onde está Donna?”

“Eveline, Eveline má e estúpida. Donna enfrentou Miranda para salvar sua bunda estranha. Vá embora, vá, vá,” ela exigiu, empurrando você com sua força ridícula.

Você a segurou para que ela parasse de se mover.

“Angie, eu não vou a lugar nenhum,” você disse séria, mantendo aquela boneca chateada parada. “Você tem que me dizer onde ela está…”

“Donna me colocou para dormir aqui”, Angie respondeu frustrada porque você estava impedindo que ela se movesse livremente. “Eu não sei para onde ela foi.”

“Ok, ok,” você disse, demonstrando infinita paciência. “Mas se você consegue se mover, significa que ela está viva, certo?”

“Sim, sim, Donna está viva”, a boneca cantarolou, fazendo seu corpo relaxar com essa informação.

“Eu avisei os outros, eles chegarão em breve. Eu tenho… eu tenho que salvá-la…” Você disse balbuciando, procurando um acesso àquela catedral subterrânea sob o olhar atento de Angie.

The Hell I want to stay inOnde histórias criam vida. Descubra agora