Treinamento

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Como se tudo o que aconteceu não tivesse passado de uma anedota, o tempo continuou a passar implacavelmente. Era uma contagem regressiva sinistra que não tinha fim, que você não sabia quando chegaria a zero.

Você não teve notícias de Karl ou Alcina. Você imaginou que eles estavam ocupados demais. Você sentiu falta de celulares, alguma forma de comunicação constante, para lhe dizer que tudo estava indo conforme o planejado. Não havia nada, apenas silêncio, palavras de amor, encorajamento, pesadelos, banhos quentes... Uma vida normal apesar de tudo, mas você sabia que não duraria para sempre se você não encontrasse um remédio.

Talvez Alcina estivesse certa e o melhor era escapar, fugir daquele lugar em vez de colocar todo mundo em perigo por sua causa. Bem, não foi culpa sua, mas se alguém instigou aquela pequena revolta, foi você.

Você era um estranho que se meteu no meio de um culto estranho, apenas para acabar convencendo seus acólitos de que seu líder tinha que ser exterminado. Sua vida poderia ter tomado muitos caminhos, mas pelo menos esse não era nem um pouco chato.

Parecia ficção, uma série de terror, uma série de ação, um videogame de sobrevivência, nada que tivesse a ver com o mundo real. Mas, era realmente o mundo real?

Aquela vila, seus habitantes, os senhores, Miranda... Tudo compunha um universo minúsculo, como aqueles buracos de rato dos desenhos animados, que escondia um mundo à parte, um mundo que não pertencia aos donos daquela casa.

Mas você não era alguém que olhava de fora. Você mesmo conseguiu se transformar em um rato e entrar na armadilha, uma da qual você não podia e não queria sair.

Se aquele lugar tivesse que ser seu lar, que assim fosse. Você não estava com medo, nem claustrofóbico. Lá você se sentia aquecido, à vontade, amado. Tudo o que você tinha que fazer era matar a Rainha Rato e tudo seria perfeito, mesmo que você nunca mais saísse de lá.

"Donna, me abrace, por favor", você implorou entre suspiros, embaixo dela, suando, se movendo e aproveitando um momento de desconexão; amando, se sentindo amada, cercada pelo corpo dela, pelos braços dela, sendo parte de você.

O clima todo era tenso demais, mas não o suficiente para impedir você de amar, para impedir que a paixão controlasse suas ações. Você não sabia quando poderia ser a última vez que ouviria seus gemidos, que sentiria seus beijos em seus lábios, que suas mãos percorreriam seu corpo, que ela te amava como só ela sabia.

“Eu farei o que você me pedir, tesoro ...” Ela suspirou, atendendo seu pedido enquanto entrava em você aos poucos. “O que você quiser...”

Vocês se abraçaram nus, ofegantes, gemendo, se contorcendo de prazer, com amor sem limites. Esse era o lugar que vocês queriam estar, de onde vocês não queriam escapar.

Você se agarrou ao corpo dela, cravando as unhas na pele dela enquanto Donna se movia dolorosamente devagar dentro de você, como se ela tivesse medo de perder aquela sensação, como se ela quisesse se lembrar dela para sempre, não esquecer cada centímetro do seu corpo que queimava sob seu toque.

“ Sei perfeita, Eveline, adoro sentirti , (1)” ela sussurrou em seu ouvido, aumentando o ritmo de seus quadris.

Você gemeu de prazer com aquele sussurro afetuoso dela, com aquele jeito que ela tinha de te demonstrar amor, de não perder a ternura, com aquele jeito quase inocente de te tratar num ato que não era nada inocente.

“Eu te amo...” Você suspirou, com seu corpo se movendo por vontade própria, sentindo tudo que podia, queimando de paixão, enlouquecendo a cada movimento, a cada carícia, a cada gemido tímido que saía dos lábios dela. “Eu te amo...”

The Hell I want to stay inOnde histórias criam vida. Descubra agora