Revelações pertubadoras

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Os dias continuaram passando. Você estava grato pela infinita habilidade de Donna de perdoar suas intrusões e desrespeito. Você não queria machucá-la, você estava apenas assustado e horrorizado por não saber o que era esperado de você, por não saber exatamente o que o havia infectado.

Seu corpo sofreu as consequências do estresse, dando a você dores de cabeça terríveis e fadiga, fadiga constante. Nem mesmo o afeto eterno do seu amante poderia mitigar o que sua ansiedade estava fazendo com seu corpo. Você estava exausto, assustado e um pouco desesperado.

“Estou muito preocupada com você, meu amor...” Donna disse enquanto você jantava. Você olhou para ela sombriamente, suspirando de forma triste.

“Não é minha intenção. Estou passando por um momento difícil, só isso”, você disse com um sorriso falso, brincando com seu prato de comida.

“Não sei o que posso fazer por você... Estou começando a achar que a culpa é minha...” Ela disse com uma voz triste, verdadeiramente consternada.

“Não, Donna. Não é sua culpa, está claro?” Você disse em um tom severo, batendo com força na mesa, assustando-a. “Sinto muito.”

“Você está me assustando, Eveline.”

“Eu, eu sinto muito. Você... Você é a única coisa que me mantém calma, Donna,” você disse, sendo completamente sincera. “Você... Oh...” Você disse, notando uma forte dor na cabeça, têmporas latejantes e a sensação horrível de perder a cor da pele aos poucos. Era uma tontura terrível, que a obrigou a se levantar desajeitadamente da mesa.

“Querida, meu amor... O que foi?” Donna perguntou, levantando-se rapidamente, pegando você antes que você caísse no chão devido à fraqueza repentina de suas pernas. “Eveline, Eveline!”

Aqueles gritos de coração partido foram a última coisa que você ouviu antes que a escuridão o consumisse completamente, desabando no chão, envolto em seus braços firmes e seus gritos desesperados.

Quando você acordou, você não estava mais na mansão nem em nenhum lugar que você reconheceu a princípio. Você teve que piscar várias vezes para saber onde estava. Você quase caiu da maca. Não podia ser em nenhum outro lugar, tinha que ser lá. Você estava no laboratório de Miranda.

Você olhou ao redor sem se mover muito. A tontura havia desaparecido, mas você estava um pouco desconfortável por estar ali. Não demorou muito para localizar a bruxa suprema, aquela Deusa benevolente, com seus olhos. Ela parecia mais normal do que o normal, sem aquelas roupas caóticas e aquela máscara horrível no rosto.

Ela parecia mais humana, fumando um cigarro mundano enquanto escrevia algo em um pedaço de papel e juntava com outros em uma pasta, que ela mantinha em uma estante velha. Você não perdia o rastro daquela pasta, algo lhe dizia que a informação que ela continha era importante.

"Eu não sabia que deusas fumavam", você disse com um gemido lamentável, chamando a atenção da mulher loira, que abriu um sorriso perturbadoramente sincero quando fez contato visual com você.

“Não conte a ninguém, mm?” Ela disse em voz baixa, apagando o cigarro em um pote de vidro.

“O que estou fazendo aqui?”, você perguntou, sentado naquela maca, retirando o fino lençol que o cobria.

“Ah, bem... Donna me ligou à beira de um ataque de pânico. Ela me disse que você tinha desmaiado,” Miranda explicou calmamente, chegando perigosamente perto da maca. “Claro, eu corri para ajudar você...”

“Muito gentil da sua parte”, você disse, incapaz de evitar o dardo envenenado de suas palavras.

Quando a mão dela alcançou seu rosto, você tremeu de terror, esperando um golpe, uma reprimenda que nunca viria. Em seu lugar, havia uma carícia fria em sua bochecha, em sua testa, em seu cabelo. Aquele carinho inesperado era bastante desconfortável, especialmente vindo dela.

The Hell I want to stay inOnde histórias criam vida. Descubra agora