Capítulo 12: Deixe-a Ir

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LEO

Ver as imagens de Zara com o senador Rodrigo me destruiu por dentro. Eu sabia que o mundo dela era cheio de armadilhas, mas aquilo? Aquilo parecia traição. Era como se o chão estivesse se abrindo sob meus pés, e eu afundava, sem conseguir me segurar. No fundo, sempre temi que algo assim pudesse acontecer, mas vê-la envolvida com ele... Isso me atingiu como um soco no estômago.

No dia seguinte, quando Victor apareceu na minha casa, soube imediatamente que ele estava ali para cravar o punhal mais fundo.

— Leo, não sei se você está acompanhando as notícias, então vim te dar o recado pessoalmente — anunciou Victor, com aquela voz carregada de uma autoridade que fazia meu sangue ferver.

— Recado sobre o quê? — Perguntei, tentando manter o controle, mesmo com a raiva borbulhando dentro de mim.

— Sobre Zara. E sobre você. — Ele entrou sem ser convidado, como se fosse dono do lugar, fechando a porta com um estalo. — Se você realmente se importa com ela, vai deixá-la ir.

Minhas mãos tremiam, e minha paciência estava no limite.

— Você já falou isso pra ela? — retruquei, sentindo o gosto amargo da frustração.

— Eu não preciso. — O olhar de Victor era cortante. — Zara tem uma carreira brilhante pela frente, Leo, e você é apenas uma distração. Ela não pode se permitir isso. Já tentei fazer ela entender, mas agora vejo que o problema maior é você.

— Distração? Eu me importo com ela! — rebati, com a voz cheia de uma raiva que crescia a cada palavra.

— Isso é irrelevante. — Victor deu um passo à frente, ficando perto demais. — Há uma cláusula no contrato dela, Leo. Ela não pode se envolver em relacionamentos que eu não aprove, a menos que isso beneficie a carreira dela. E, bem... o senador é exatamente o tipo de "relacionamento" que impulsiona a imagem dela.

Senti o estômago se contorcer. Ele realmente acreditava que tinha o controle total sobre a vida dela?

— Isso é ridículo, Victor. Você não pode controlar a Zara assim! — Minha voz quase falhou, mas me mantive firme.

— Ah, eu posso e vou. — Seu sorriso era puro veneno. — Se você realmente se importa com ela, vai se afastar. Se não fizer isso, eu garanto que a carreira dela será prejudicada de formas que você nem pode imaginar. Ela vai perder tudo por sua causa, e aí, quem você acha que ela vai escolher? Um estudante sem futuro ou o mundo que ela construiu?

Um nó apertou em minha garganta. Eu estava preso. Lutar por ela ou deixá-la para protegê-la? Victor saiu sem esperar uma resposta, mas deixou um rastro de agonia atrás dele.

Naquela noite, batidas fortes no portão e o som da campainha ecoaram pela casa. Meu telefone vibrava com notificações incessantes. Sabia que era Zara. Meus pais estavam divididos, como sempre, sobre ela. Minha mãe gostava de Zara, mas não aprovava todo o drama que ela trazia à minha vida. Olhei pela janela e lá estava ela, sentada no chão, os olhos brilhando com lágrimas. Meu coração se despedaçou, mas me recusei a abrir a porta.

— Leo, por favor! — Sua voz soava quebrada, e isso me rasgava por dentro. — Precisamos conversar!

Mas eu sabia que não podia. Precisava manter a distância, por mais que doesse.

No dia seguinte, a faculdade não foi diferente. Vi o carro de Lily estacionado na entrada e soube que Zara estava com ela. Ignorei, fingi que não vi, enquanto ria forçadamente com meus amigos. Meu coração estava em frangalhos, mas eu disfarçava com piadas e sorrisos falsos.

As mensagens de Zara continuavam chegando, uma após a outra. Por fim, abri uma delas.

"Leo, por favor, não é o que você está pensando. Eu te amo."

Harmonia ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora