Capítulo 13: Entre as Cordas do Coração

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ZARA

Senti-me presa na teia de manipulação de Victor, e cada vez mais sufocada por ela. Leo havia se afastado, e a dor de sua ausência era insuportável. No fundo do coração, sabia que Victor estava por trás disso. Cada movimento meu parecia monitorado, controlado, como se minha liberdade estivesse nas mãos dele.

Naquela noite, meus pais organizaram um jantar com o senador Rodrigo, sua filha de sete anos, e, claro, Victor estava presente, como sempre. Ele insistiu no encontro, e meu pai, relutante, acabou aceitando, já que o senador apoiava meus projetos sociais, os quais eu realmente adorava.

Mas o ambiente estava mais pesado que o normal. Sorrisos forçados, conversas vazias... e minha mãe? Bem, ela não escondia sua opinião sobre o senador, especialmente depois que ele me beijou inesperadamente no último jantar. Ela quase arrancou a gravata dele naquela noite. Foi memorável.

— Zara, vocês já se conhecem, eu presumo? — meu pai perguntou com uma tentativa lamentável de soar casual, como se ignorasse o elefante na sala.

— Já nos cruzamos em alguns eventos, sim — respondi, com um sorriso educado, tentando não rolar os olhos.

A filha do senador, Ana, era uma gracinha. Ela me olhava com olhos grandes e brilhantes, quase como se estivesse vendo uma princesa da Disney. Como alguém como o senador poderia ter uma filha tão doce? Isso era um mistério maior que o triângulo das Bermudas.

Victor, sentado na cabeceira, observava a cena com aquela expressão típica de quem sabia mais do que estava revelando. Cada vez que nossos olhares se cruzavam, era como se ele dissesse: "Estou no controle". Raiva e impotência faziam meu sangue ferver, mas eu me mantinha firme, mesmo com o senador tentando me prender em sua teia com sorrisos charmosos e olhares sedutores. Ele era atraente, não vou negar. Mas debaixo daquela fachada de bom moço, eu sabia que havia algo sombrio.

— Zara, eu adoro suas músicas! — disse Ana, com sua voz suave.

Eu sorri, sentindo um momento de leveza na noite.

— Obrigada, Ana. Fico feliz em saber disso.

— Você tem mesmo uma coleção de pôneis de pelúcia?

Ah, pronto, quem deixou escapar esse segredo? Soltei uma risada antes de responder.

— Tenho sim, mas não espalha, tá? Segredo nosso! Prometo te mostrar algum dia.

O jantar seguiu, com Victor tentando manter a tensão no ar e minha mãe resistindo ao impulso de jogar vinho no senador. Quando tudo finalmente acabou, Jasmine e Lily me puxaram de lado com urgência.

— Zara, você não vai acreditar! — começou Jasmine, com os olhos arregalados. — Aiden foi atrás de Leo. Ele quer te defender!

— Defender de quem? — perguntei, sem entender.

— De Victor! — Lily completou, quase como se isso fosse óbvio. — Aiden ouviu sobre o lance com o Leo e quer ajudar. Ele está do seu lado.

Eu suspirei, sentindo uma onda de alívio. Aiden podia ser um idiota às vezes, mas no fundo, ele era meu amigo leal. Precisava falar com ele e resolver isso.

No dia seguinte, fui procurar Aiden. Ele estava na academia, e quando me viu, seu rosto se fechou como uma tempestade se formando. Nosso personal lançou um olhar de reprovação; afinal, eu tinha fugido dos últimos treinos.

— Zara — ele disse, aproximando-se com uma expressão dura.

— Aiden, sinto muito por tudo. Sei que você só quer me proteger. — As palavras saíram apressadas, quase emboladas.

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