CHARLES LECLERC
A mãe de Melina estava bem. Isso foi um alívio, já que a ruiva derramava pequenas lágrimas de preocupação quando chegamos aqui. Enquanto eu aguardo do lado de fora da sala, ela estava sentada ao lado da maca onde a mãe estava conversando des de que chegamos com as mãos entrelaçadas.
Ela não havia tido nada demais, apenas alguns cortes não tão rasos e uma torção do pulso. Mesmo assim teria que ficar o resto da semana aqui por precaução .
- Charlie! Vem, entra. - Melina gritou do quarto da mãe, chamando a minha atenção pra entrar. - Mãe, meu amigo Charles. Charles, minha mãe, Roberta.
Sorrio estendendo a minha mão pra mulher que não se parecia nada com a filha. Ela tinha cabelos lisos escuros e aparentava ser alta deitada. A maior semelhança entre as duas era o sorisso largo com os dentes perfeitos. Era um sorriso que eu vi pouquíssimas vezes em Melina.
- Prazer. - Digo sorrindo o máximo possível. - Ouvi muito falar da senhora, espero que esteja bem.
A mais velha passa a palma das mãos nos olhos se sentando de forma mais reta pra me observar. - Uau... Que xuxuzinho você arranjou, ein filha! - Ela disse rindo e as minhas bochechas coram.
- MÃE! Credo! Nós estamos trabalhando juntos... Sou tipo a fisioterapeuta dele. Ele fez o favor de vir aqui comigo. Nós não...
- Namoram? Hum, sei. - Ela interrompeu e meus olhos se arregalaram pensando em interferir. - Mas amor, esse garotinho é de ouro. Ficaria orgulhosa se soubesse de uma notícia como essa.
- Senhora Roberta. - Começo. - Desculpe ter que sair tão cedo mas tenho que resolver um negócio e venho buscar Melina em tipo, meia hora. É bem rápido. - Me viro acelerando a fala. - É só... - Sou brutalmente interrompido por um corpo alguns centímetros maior que eu se batendo peito a peito comigo já na saída do quarto. - Merda... Desculpa.
O homem intacto olha pra mim enquanto eu recuperava a postura. Antes dele conseguir faler algo, uma médica entra no quarto ofegando.
- Senhora, ele basicamente invadiu o hospital dizendo que precisava falar com você. - Ela respira fundo. - Desculpa, o horário de vista acaba daqui a 40 minutos. - Ela sai.
Viro meu corpo em direção as meninas, olhando como Melina se encolhia lentamente na cadeira ao lado da mãe. Ando devagar em sua direção até ela rapidamente puxar a minha mão com força pra perto dela. - Não sai, porfavor. - Sussurrou e concordei.
- Tommy, não quero você aqui. De verdade, o momento foi péssimo. Melina acabou de chegar no Rio e seu amigo também, todos nós estamos cansados.
- Não mandei você abrir a boca, Roberta. Só tive curiosidade pra saber que se você está bem. Como ainda fala, significa que a batida não foi tão forte. - Tussiu. - E como assim amigo?
Pai dela.
Com certeza era o pai de Melina.
O aperto na minha mão aumenta a ponto de eu sentir as unhas da garota cravando a minha pele. Eu não venho ideia do que fazer.
- Prazer? - Tento mas o mesmo ri.
- Melina arranjou um namorado normal? Não sabia que gostava de homens, filha. Aprendeu a lavar uma louça nesse mês sozinha?
- Vamos embora. - A puxo pra mim. - Volto com ela mais tarde, senhora Roberta. Foi um prazer.
Continuo andando com as mãos circulando a cintura da ruiva que olhava pro chão sem dizer uma palavra. Assim que avisto o primeiro médico, aviso que tinha que tirar o homem do quarto antes que as coisas se compliquem.
Escuto um leve choramingo e a aperto mais forte em direção ao meu carro. As vezes queria guardar Melina em um potinho pra ninguém à deixar assim.
🎭
- Exato! Mas o meu favorito é o Andrew Garfield, ele é o melhor homem aranha do mundo! O Tobey é o melhor Peter Parker, é bem diferente! - Lucas me explicava enquanto segurava um boneco e eu outro no chão de seu quarto. - O que você tá segurando é um Volverine.
Estou a mais de meia hora brincando de super heróis com os bonecos do primo de Melina, que agora comia um pote de sorvete haagen dazs no quarto ao lado.
Depois do ocorrido no hospital, fiquei me perguntando e perguntando mais e mais sobre o pai de Melina. Ficou claro como ele não tem um histórico bom nem como ela e nem com a esposa. Me parecia alguém bem agressivo.
- Lucas, posso te perguntar uma coisa? - O pequeno assente. - O que você acha sobre o tio Tommy?
- Ele é um filho da...
- Ei, ei! - Interrompi segurando a risada. - Essas palavras são feias.
- Minha mãe chama ele assim. Ela só me deixa falar palavrão em jogo do Fluminense e na casa dele. Diz que são casos a parte.
- Você é muito sabidinho pro tamanho, hein? Que tal ir arrumar mais bonecos pra gente brincar enquanto eu vou dar uma palavrinha com a sua prima?
- Tá!
Me levanto do chão bagunçado do quarto da criança pra ir em direção ao quarto bagunçado da prima dele. Faz sentido o histórico da família ser assim.
Quando entro no cômodo, me deparo com Melina expremida na cama com o rosto úmido de lágrimas. Era estranho ver ela assim. Me doía no coração.
- Ei... Mexicana... - Me sentei na borda da cama mas ela nem reage. Geralmente me xingaria ou me daria um tapa se a chamasse de mexicana. - Garcia... O que foi? Quer que eu ligue pra sua mãe? Você já sabe que ela está bem e vamos voltar pra casa amanhã... O que aconteceu?
A ruiva se levantou ainda em silêncio enquanto meus olhos a seguiam, até ela parar em minha frente se sentando no meu colo com a cabeça em meu peito e os braços me agarrando em um suspiro.
Abracei ela ouvindo os resmungos do choro ao mesmo tempo que fazia carinho em sua cabeça.
As vezes eu só queria que ela se abrisse comigo.
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sure thing - charles leclerc
Fiksi Penggemar🏁 even when we're down to the wire, baby even when it's do or die we can do it, baby, simple and plain 'cause this love is a sure thing Onde Melina se muda do Brasil pra Mônaco completamente sozinha depois de uma briga com a família. Gastando tod...