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CHARLES LECLERC

- Charles? - Meu engenheiro dizia pelo rádio mas conseguia apenas grunhir em resposta. - Charles, precisamos saber se você está bem, se mexa se conseguir me escutar. O safety car está entrando na pista, bandeira amarela.

Tento me mexer mas meu corpo inteiro doía. Minha vista se escureceu a apenas apaguei. Lembro da última coisa que eu senti foi um cheiro péssimo de queimado e ter visto um carro de cor vermelha próximo ao meu.

O que eu fiz?



🏁



- Meu Deus! Você acordou, você acordou! Ele acordou gente, ele tá bem. - Uma voz que eu reconhecia bem gritava enquanto eu tentava enxergar algo sem que o teto se mexesse. Pisco algumas vezes antes de tentar me sentar mas logo os olhos da garota se arregalam me puxando para deitar novamente.

Melina.

- Eu tô bem. - Afirmo.

- Fique quieto aí deitadinho. Vou chamar ajuda e pegar o aparelho de pressão. Se eu souber que você se mexeu, eu te dou uma pancada na cabeça pra você desmair mais uma vez. - Mordo a bochecha. - É brincadeira. - Ela ri. - Eu sei que não teve graça.

- Onde estamos? Hospital?

- Não, preferiam te deixar aqui mesmo. Não foi nada demais como parecia na tela ou... - Ela limpa os olhos que estavam borrados de rimel.

Estava chorando.

- Meu carro pegou fogo?

- Que carro?

- Da corrida?

- Que corrida? - Ela força um sorriso e suspiro.

- Charles! Você está bem. - Andrea falou correndo pra dentro do quarto com um copo de água em mãos. - Tivemos sorte que você não teve nenhum arranhão, foi apenas uma grande queda de pressão que ainda não sabemos bem o motivo. - Ele me entrega.

- Eu achava que ia morrer. Não por dor, sim pela tontura e... Eu não conseguia me mover. Foi desesperador.

- Ok. Vou pegar o aparelho de pressão e já volto! - Melina disse saindo correndo do quarto e encaro meu treinador físico um pouco antes dele começar a falar aliviado pela ausência da garota.

- Ela chorou muito. Disse que se Charles morresse ela iria morrer também e estava fazendo um xilique pra poder ser responsável por cuidar de você aqui. Quase bateu na Samantha.

- A médica?

- Exato. Eu ouvi ela orando pedindo perdão por algo relacionado a um apartamento. - Ele franze as sobrancelhas. - Tipo, "me perdoa, eu dou meu apartamento pra ele e fico na rua. Só preciso que ele esteja bem." - Andrea tenta imitar a voz feminina e apenas gargalho.

Melina tem um sutaque fofo e fala muito, muito rápido. Sorrio apenas imaginando a cena na minha cabeça enquanto bebia mais um gole de água.

- Tenho pena dela. - Admito.

- Ela é decidida. Conversamos muito recentemente e falando nisso, muita gente quer te ver.

sure thing - charles leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora