Halloween

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Na noite de festas, eu caminhava pela rua e via toda aquela decoração horrenda, não no sentido de ser feia mas no sentido de ser horripilante, esqueletos derrubados pelo chão, zumbis nos jardins, teias de aranhas gigantes por todo lado e ainda tinham os anões de jardim, aqueles sim eram horrendos...

Quando olhava para minhas mãos eu via os ossos feitos de maneira desastrosa, em uma das mãos havia 12 ossos, na outra havia 15, no pulso uma camiseta preta de manga longa cobria meu peito e braços, o cheiro da tinta branca subia e minha cabeça começava a girar ao inalar aquele cheiro horrível de tinta vencida e ovos... ovos?
Quando olhava para o lado, só notei no último segundo, havia um grupo de crianças atirando ovos nas casas, faziam uma desordem com simples aliementos que emanavam um cheiro horrível, como anjos tecendo os céus com panos eles vinham com papéis higiênicos e não demoravam para decorar o bairro com suas faixas brancas. Que azar, eles haviam me visto e não deu outra, correram atrás de mim e me transformaram numa aberração, um esqueleto com faixas e fedendo a esgoto, já deve imaginar o que houve...

Sentava eu no alpendre de minha casa, via todo aquele caos ir e vir sem nenhuma restrição ou controle, era o real significado da palavra "caos". A única coisa que me animava naquele momento era a garota em frente a minha residência, uma anjinha que vestia uma saia negra, parecia deslizar pelo chão com aqueles patins dos mortos, com pequenas caveiras do dia de "lá muerte" e um batom escuro em seus lábios, aquela jovem dama encantava minha visão, seus cabelos negros como um buraco negro, seus olhos mortos e vazios me prenderam a muito tempo... que anjo caído mais decadente e lindo... "decadente"? Ou seria "cadente"? Como uma estrela cadente que rasga os céus e iluminava meu ser... que bela...

Coisas que escrevi por acaso...Onde histórias criam vida. Descubra agora