Venho por meio desse relato, delatar o talvez maior trauma de minha vida, um maldito trauma que me marcou mais do que Jesus marcou a cidadela, mais do que Brutus e Júlio César.
Ela era uma aparente simples garota, tinha cabelos tão escuros quanto a mais escura noite e seus olhos eram como uma neblina que obscurecia a visão, fazia arte em tom carmim e não é rude falar que sua inteligência muitas vezes podia se igualar aos deuses, digo, seu raciocínio lógico e social bem estruturado, argumentava como ninguém e era quase uma lança inquebrável.
A conheci ao acaso do destino e hoje acredito que o destino nunca me quis tão vivo e sofrido, conversas vão em vem e adiante sofri e digo a todos que ela também sofreu mas em termos diferentes se me intende.
Tentava agradá-la mas apenas a irritava, minhas palavras tão mal escolhidas como a sessão de uma biblioteca brasileira quebravam cada vez mais essa frágil relação, irritava mais que tudo mesmo dizendo ser seu amigo e não só hoje como sempre percebi que não devia ter feito aquilo, infelizmente palavras não mudam ações e exatamente o que um poeta não tem são ações, desisti de tentar consertar minha imagem para os outros, até hoje há muitos me dizem ser o pior ser humano da história.
Ela desistiu de mim, disse que a decepcionei e que nunca mais queria me ver, mesmo que nos encontrássemos diversas vezes pelos mesmos gostos e famílias amigas.
Toda nossa relação foi como gengibre, de aparência estranha, de cheiro duvidoso e totalmente discutível. Mas infelizmente, nunca entendi isso, acreditava que estava tudo bem e que nesse conto de fadas... tudo correria como num sapatinho de cristal, mas isso não aconteceu.
Meus erros por ela eram expostos, minhas palavras que até hoje tenho dificuldade para acrescentar alma eram mais rudes que pancadas em placa de aço, meu pensar era baixo e não contestava a procedência de totalmente a situação, nunca entendi como me desculpar e hoje ela me odeia mais do que Judas ou Satanás, acredito que se ela soubesse deste relato se mataria sem pestanejar, tudo isso para mostrar tão quanto é seu ódio por mim.
Em suas últimas palavras ouvidas por mim ela disse que tinha pena, do que eu tinha me tornado e daqueles que um dia me conheceram, disse pena com um teor tão forte como um bom litro, me deu até ânsia e mesmo em ideias diferentes ela me mostrou o quão quebrado sou e que nunca mudei, suas palavras eram como forca em praça pública e me disse coisas que nenhum ser humano me diria, parece presságio e me deu dores e angústias por toda a vida, até hoje penso nela como o pior erro da minha vida que nunca poderei reparar não importa minhas ações, ela sempre me verá como um babaca que fudeu suas emoções. Concordo em parte, mas não é como se apenas VOCÊ estivesse mal...
Bem dito seja o dia que te conheci.
Maldito seja eu por ter conversado contigo.Maldito seja o destino por toda essa coincidência.
Facínora seja a vida.
Gostaria de dizer "desculpas" mas como mesma disse: não há arrependimento, pois na vida ninguém me marcou com tal ferro em brasa que nem você, adeus patrona do sofrimento e desejo que não esqueça de tomar seus remédios.
E quem se "vitimiza" aqui, não sou somente eu.
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Coisas que escrevi por acaso...
PoesíaApenas as histórias, cartas, poemas e frustrações que me levaram a escrever, nada de muito interessante talvez... é a junção de anos e últimos meses de escritas. As poesias são autorais minhas, são inspiradas em canções, momentos, situações e etc...