Nunca foi o suficiente.
Por luas, Aemond se dedicou implacavelmente. Elaborando esquemas para manchar o nome de Aegon sem levantar suspeitas.
Expôs as transgressões de seu irmão e até patrocinou uma peça de zombaria, mas os lordes teimosamente continuaram a apoiar Aegon.
Sem dúvida porque suas filhas agora dividiam a cama de Aegon.
Eles viam nele apenas um segundo filho. Um homem para sempre ofuscado por seu irmão, sem lugar neste mundo.
Aemond zombou com desprezo, seu olho lilas estreitando-se enquanto olhava ao redor do corredor.
Aegon era um vagabundo que nunca demonstrou o menor interesse em reivindicar seu direito de nascença.
Foi Aemond quem se debruçou sobre história e filosofia, quem treinou com a espada e provou ser um formidável cavaleiro de dragões desde os dias de seu desaparecido tio, o príncipe Daemon Targaryen.
Ao menos enquanto preferia esquecer sobre seus malditos sobrinhos monstruosos naquela ilha maldita.
Uma vez ele desejou a ilha.
Desejou ser o Senhor Supremo de Dragonstone. Com aquela puta da sua sobrinha para o servir como sua prostituta.
E oh... ele pensava nisso muitas vezes ainda.
Amava quando se preenchia de prazer pensando nos corpos jovens de suas sobrinhos, que um dia gritariam sobre sua força.
Mas ele queria mais.
Seria mais.
Era ele quem deveria usar a coroa, não seu irmão indolente!
A ascensão de Aegon condenaria o reino inteiro. A mandíbula de Aemond se apertou, determinação surgindo dentro dele. Tinha que agir antes que aquela calamidade acontecesse.
Contudo, primeiro precisava garantir aliados para sua causa.
Lorde Unwin, no entanto, estava fora de questão. Um miserável egoísta que descaradamente ofereceu uma de suas filhas como um peão para realizar suas ambições.
O homem até ousou insultar a mãe de Aemond, a Rainha, como se suas ações desprezíveis não tivessem consequências.
A determinação de Aemond endureceu. Uma vez que ele reivindicasse o trono, ele não apenas restauraria a glória da casa deles, mas também expurgaria os vermes que infestavam o lar de sua família.
Começando com o Senhor de Starpike.
"Aemond?"
Sua irmã se aproximou, os gêmeos ao seu lado enquanto ela embalava o pequeno Maelor em seus braços.
"Você vai visitar o pai também?"
Aemond zombou.
"Ainda fazendo a peregrinação para ver o velho, pelo que vejo."
Os lábios de Helaena se curvaram para baixo em uma carranca profunda.
Seu relacionamento com o rei sempre foi tenso, beirando a inexistência. Até onde ele conseguia se lembrar, seu pai permanecia sequestrado em seus aposentos, saindo apenas quando o humor o atingia.
Não foi até Aemond atingir a idade de quatorze anos que ele finalmente viu o rei pela primeira vez.
O encontro ocorreu durante uma sessão de treinamento com seu irmão Aegon em uma manhã fria.
Parando para enxugar o suor da testa, Aemond olhou para cima e viu o rei espiando da sacada, acompanhado por Lorde Strong.
Ele acenou instintivamente, mas o rei apenas os encarou com um olhar frio e sem vida, sem oferecer incentivo ou elogio de qualquer tipo, antes de partir como uma sombra.
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Sonhos e Sangue
FanfictionCAPA PROVISÓRIA Eles sonham. A Dança dos Dragões era um sonho vivido e terrivel para aqueles com sangue valíriano. A queda da última verdadeira casa Valíria. A Casa Targaryen. Mas eles poderiam impedir isso? Poderiam mudar o futuro? O Rei Viser...