Capítulo Cinco

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Brad

Acabamos com os problemas rapidamente.Sempre há um truque nos teoremas da matemática e, depois que se identifica quais são, as soluções ficam fáceis. Ou melhor, ficam para mim e Melody parece estar percebendo rapidamente. Enquanto inclina a cabeça sobre a última equação, me vejo olhando para as mãos dela.

São esbeltas e elegantes. Finas faixas douradas envolvem seus dedos. A do meio tem duas argolas com uma descansando acima da junta e a outra dobrada contra a base.

Melody e eu não temos muito em comum, embora ambos participemos da FU High. Franklin é uma escola para crianças ricas. Não estaria aqui se um diploma desse lugar não fosse um caminho rápido para uma faculdade de crianças ricas, que leva a um emprego de ricos. Sei como isso funciona todas as conexões e coisas assim. É quem se conhece que vale, não o que sabe, então, embora seja o garoto mais inteligente da FU High, isso não importa, porque não conheço ninguém.

Melody nem precisa estar no programa GT. O velho dela é senador. Não há ninguém por perto que não lhe dê um emprego confortável com um grande salário, mesmo que não saiba que porra está fazendo lá.

Olho para minhas próprias mãos, calejadas e ásperas. Cicatrizes e novos cortes estragam o
dorso delas. Enrosco os dedos na palma da mão
e enfio os punhos no bolso da jaqueta de capuz.

Claro, ela é alguém com quem eu fantasiaria em ter, mas a realidade é que, se subisse na minha cama, seria porque pensou que ia receber algo de mim, algo que um garoto tenso da FU High não estaria disposto a fazer.

Enquanto observo a luz do sol ricochetear em sua cabeça, contemplo o que seria. Quer ser sufocada? Chamada de cadela? Uns tapas? Fodida com força contra a parede porque está procurando um menino mau? Essa seria a única razão pela qual me deixou rastejar em sua cama. Posso fazer todas essas coisas se realmente quiser.

Meu pau dolorido quer que tire tudo da mesa e tente pelo menos um item da lista. Mas sei que no minuto em que terminar, no momento em que tenha vindo, terminaria comigo.Ignoraria-me no corredor,sentar-se-ia com os atletas que pensam que têm direito de mudar suas notas e geralmente pensam que sou um pedaço de merda.

Não preciso disso. Tenho coisas reais acontecendo na minha vida coisas que a filha do senador James nunca entenderia. É como aquela bolsa que minha mãe olha na Internet. Quer muito, mas nunca pode pagar. Ou se comprar, acaba arruinando sua vida.

Estendo a mão e pego minha mochila.

—Vou indo—, digo a ela.

A cabeça dela aparece.

—Não terminei.

Mudo meu olhar para algum lugar por cima do ombro dela, para não poder ver seus lindos olhos.

—Você conseguiu.

—Mas e se ficar presa?

Há um pânico sério na voz dela e posso me sentir vacilando. Se ficar aqui por mais tempo, talvez nunca consiga sair. Inclino-me e pego o lápis da mão dela.

—O que...

E anoto meu número.

—Pronto.— Jogo o lápis sobre a mesa. —Mande-me uma mensagem se precisar de algo.

—Aonde vai? A escola não dispensa por duas horas.

Estou aqui há quase cinco horas? Não é à toa que estou ficando desesperado.

—Coisas para fazer, lugares para ver.

Seus olhos se estreitam em linhas más.

—Uma garota, não é? Homens— bufa com nojo. —Só pensam em uma coisa.

Dois de um tipo ( 3 livro da série FU High )Onde histórias criam vida. Descubra agora