Capítulo Sete

333 32 0
                                    

Brad

Belle e Melody decidem que a coloração do cabelo deve acontecer imediatamente. Mando uma mensagem para mamãe dizendo que Belle e eu vamos jantar juntos e para não se preocupar. Não vai ver isso por algumas horas, mas saber o que estamos fazendo enquanto trabalha no segundo turno na lavadora diminui sua ansiedade.

A casa de Melody é exatamente como espero que seja enorme, rica e intimidadora. O queixo de Belle cai quando paramos.

—Isso é realmente uma casa?— Sussurra em um tom impressionado.

—Sim.

A única casa maior nesta cidade é a de Carter Franklin e o irônico é que nem mora na gigantesca mansão. O garoto mora acima de uma garagem para seis carros. Os ricos são loucos.

—Quantas pessoas moram aqui? Deve ter muitos irmãos.

—É filha única.

A cabeça de Belle vem para me prender com um olhar desconfiado.

—Como sabe disso?

—Porque sei.

Não há sentido em mentir. Belle sabe que sou útil em um computador. Tive que corrigir algumas ausências para minha mãe. Alguns dias é difícil para ela enfrentar o dia. A enxaqueca a mantém presa à cama e os empregadores não entendem muito. Trabalha arduamente, mas não há passes para alguém que sofre de dor crônica.

Se o empregador não pode vê-la, a doença não existe, então, para mantê-la empregada, ajeito as coisas. A maneira como essas fábricas atribuem um valor numérico às pessoas e depois deduzem pontos até cair abaixo de um determinado nível é uma merda.

—O que mais sabe?

Estendo a mão e puxo uma das mechas marrons escuras da minha irmã.

—Nada que seja importante.

Os registros escolares mostram apenas faltas e notas. Não me dizem que cor gosta ou se prefere biscoitos de chocolate com ou sem passas. Não me dizem se gosta de calcinha de renda ou algodão liso. Não me dizem como é, o que a faz chorar ou o que a faz rir. Nada que seja importante.

—Acha que algum dia serei dona de uma casa assim?

O tom da voz da minha irmã é tão melancólico, tão cheio de saudade que me revira por dentro. Quero que tenha tudo, não importa o que seja necessário.

—Sim, porque não? É inteligente o suficiente para ser tão rica como ela algum dia.

Saio do carro antes que possa fazer mais perguntas desconfortáveis. Melody está na porta nos chamando para dentro.

—Pedi para Sarah fazer um lanche para nós—, diz.

Por cima do ombro de Melody, vejo uma mulher de cabelos grisalhos vestindo um avental. Sarah deve ser a chef deles. Minha mão pousa na de Belle e aperto-a em aviso.

—Não, os biscoitos foram suficientes.

—Sim, estou cheia de cupcake—, acrescenta Belle, embora Melody não pareça totalmente convencida.

—Vou fazer Sarah inventar uma variedade de coisas e se estiver com fome, poderá comer. Vamos.— Desliza a mão na de Belle. —Vamos ao meu banheiro. Tenho todos os suprimentos lá.

Melody sobe uma escada acarpetada da cozinha. Em um patamar, o salão se divide em duas direções.

—Este é o lar de Sarah—, diz Melody, apontando para a esquerda. —O meu está aqui embaixo.

Melody está certa em não chamar seu espaço de quarto. É mais uma suíte com uma cama gigante com uma cobertura de gazebo cobrindo-a. Pequenas luzes de LED são tecidas entre as cortinas e fazem
parecer que há estrelas protegendo a cama do resto da sala.

Dois de um tipo ( 3 livro da série FU High )Onde histórias criam vida. Descubra agora