Brad
O ar no salão GT cai dez graus quando Melody entra pela porta. Não que a culpe por estar chateada.Ainda assim, finjo que não há nada errado.
—Como foi a aula?
—Consegui 70. Obrigada por nada.—
Joga sua mochila em cima da mesa com força suficiente para que deslizasse se não tivesse levantado a mão para detê-la.Uma pontada de culpa passa por mim. Deveria ter atendido a ligação dela ontem à noite.
—Por que não me mostra com o que está lutando?
—Oh, então agora está interessado em me ajudar.
Defensivamente, cruzo os braços sobre o peito.
—Disse para me mandar uma mensagem.
—Queria conversar. Meu cérebro não funciona como o seu, obviamente, porque, se funcionasse, não precisaria da sua ajuda.
Esfrego um nó na testa. Achei que crescendo em uma família de mulheres, seria melhor em lidar com Melody, mas continuo fodendo tudo.—Ok. Justo o suficiente. Estamos aqui juntos, então vamos resolver isso.
—Não quero trabalhar com você.—
Caminha até a mesa da Sra. C e bate um envelope na mesa. Não preciso ter visão radiológica para saber que é um pedido de mudança de tutor. Esta é a minha única chance de ver Melody diariamente. Talvez não possa tê-la como quero, mas pelo menos posso vê-la regularmente. Pelo menos, posso ficar com ela um pouquinho.
Movendo-me mais rápido do que nunca, pulo da cadeira e pego o envelope. O rasgo ao meio e o jogo de lado.Melody grita e se lança para o lixo.
—O que diabos está fazendo?
—Nada.— Bloqueio seu caminho.
—Esse era o meu pedido de mudança de tutor.
—Eu sei.
—Então por que o rasgou?
—Porque sou seu tutor.
—Não mais.—Tenta passar por mim, mas chuto a lata de lixo fora de alcance.
—Olha. Não gosto de você na verdade, meio que te odeio, então por que deveria tê-lo como tutor?
—Não agiu como se me odiasse ontem à noite quando sua língua estava na minha garganta.
Joga a cabeça para trás e solta uma risada amarga.
—Os homens são tão burros. Pode beijar pessoas de quem não gosta. Pode fazer sexo com pessoas de quem não gosta. Sei por experiência pessoal.
O pensamento dela com outro cara, fazendo sexo com alguém que gosta ou que não gosta quando estou aqui pronto para me jogar sobre qualquer buraco no chão para que não tropece nem uma vez é enfurecedor, uma fúria me segura e queima através do meu bom senso. As palavras caem antes que pense novamente.
—Então pode me foder também.—
Levanto-me, com as mãos nas presilhas do meu jeans.
Bate as duas mãos na mesa e se inclina para perto.
—Prefiro foder uma vaca—, cospe.
—Ainda bem que não precisa. Estou bem aqui.—
Nossos narizes estão a uma polegada de distância quando Carter entra.
—Estou interrompendo alguma coisa?— Arqueeia a sobrancelha.—Somente Melody tentando raspar o interior da minhas entranhas, então vá em frente.
—Talvez possamos conversar mais tarde.
—Nah. Não tenho nada a esconder.
—Tudo bem.— Dou de ombros. —O diretor Sweeney ligou para o meu pai ontem à noite e disse que a escola sofreu várias invasões de mainframe. Acham que sabem quem está por trás disso e estão trazendo um hacker de chapéu branco para colocar uma armadilha.
Mantenho um olhar entediado, mas minha mente está acelerada. Ainda não fiz a nota de Mark e preciso do dinheiro dele. Já encomendei os sapatos de Belle e mais alguma coisa. Se não tiver dinheiro, vou estar no buraco.
—Parece que o sistema precisa—, digo laconicamente. Carter me dá um olhar cético.
—Não diga que não avisei.
—Aprecio sua consideração.
Vira-se para sair, mas para na porta e olha para trás.
—Além disso, seja legal com Melody. É amiga de uma amiga.
—E eu?— Declarei. —Quem dirá a Melody que seja legal comigo?
—Você não tem amigos, provavelmente ninguém—, Carter responde quando a porta se fecha atrás dele.—Por que são tão maus um com o outro?— Melody diz.
A raiva dela parece tê-la deixado. Afunda-se contra a mesa.
—Ele não está errado.—
Isso nunca me incomodou antes. Não gosto da
FU High e de seus alunos estúpidos que estão
aqui porque seus pais caíram em algum emprego confortável ou se casaram bem ou nasceram com uma colher de ouro na boca, mas também não gosto de parecer um pária porque Melody não é o tipo de pessoa que não gosta no seu círculo social.—Talvez se não fosse um idiota e viesse à escola e coisas assim, tivesse amigos.
—Parece muito trabalho e não muito divertido.—
Puxo uma cadeira.Sabia que tentar algo com Melody estava indo bater na liga principal, quando nem pertencia aos menores.
—O que vai fazer por Mark?— Pergunta.
Ergo-me.
—Como sabe disso?
Revira os olhos.
—Não é como se fosse preciso ser um super espião. Estavam falando sobre isso na calçada fora da Missy ontem. Qualquer um poderia ter ouvido.
Foda. Acho que deveria ter sido mais cuidadoso.
—Então?— Pergunta.
—Então o que?
—O que vai fazer?
—Por que se importa?
—Eu não me importo.
—Então por que está perguntando?
Enfia as duas mãos em seu algodão doce, cabelo de unicórnio e grita baixinho.
—Por que é tão difícil? Não é à toa que não tem amigos!— Pega sua mochila e caminha em direção à porta. —É burro em fazer qualquer coisa para ajudar Mark. É um idiota e merece falhar. Se salvá-lo e for pego, será tão burro quanto ele.
Isso parece suspeito como preocupação. Meu coração bate um pouco mais rápido.
—E se não for pego? Vai me dar um prêmio?
Em vez de uma resposta inteligente, porém, um sorriso ligeiramente triste cruza seus lábios.—Não. Recebeu o último dos meus cookies.
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Dois de um tipo ( 3 livro da série FU High )
Novela JuvenilQuando o dinheiro é escasso e sua família depende de você, as regras não se aplicam. Para Brad, hackear não é um modo de vida, mas coloca comida em sua mesa e envia sua brilhante irmã para uma escola particular. À noite, lutas secretas financiam as...