Dezesseis|16.

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“Você diz está arrependido, não pensou que eu viraria para você e diria que é tarde demais para se desculpar”

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“Você diz está arrependido,
não pensou que eu viraria para você e diria que é tarde demais para se desculpar”

— Timbaland —Apologize

O frio que entrava pelas brechas dos vidros do carro congelava tudo dentro; apenas meu irmão e eu estávamos acordados. Não demorou para que o carro parasse em frente a uma imensa casa. Os seguranças na entrada abriram os grandes portões e adentramos pela estrada, que tinha ao redor um lindo jardim esverdeado.

— Chegamos — anunciou Christian, assim que o carro parou em frente à porta imensa da mansão.

Cutuquei Killyan, que despertou com seus belos olhos verdes e me olhou sério. Sabia que ele não gostava de ser cutucado, mas era a única maneira de acordá-lo.

Descemos do carro e olhei ao redor. Meu irmão se aproximou de mim, segurando minha mão. A sua estava gelada, assim como a minha. Inclinei a cabeça para cima, observando a imensidão cinzenta do céu; uma chuva em breve tomaria a Rússia.

— Preciso conversar com você — disse ele, me puxando levemente enquanto nos afastávamos dos demais.

— E sobre o que seria essa conversa? — questionei.

Soltei sua mão, coloquei as minhas no bolso do moletom e nos sentamos no banco branco do jardim.

— Pensei que estava cedo demais para ter essa conversa, mas você não é mais aquela criancinha que eu sempre tentei esconder desse mundo. Hoje, não só por causa da morte do nosso pai, mas também para sua proteção, preciso te falar uma coisa séria. Saiba que é para o seu bem — ele suspirou pesadamente enquanto falava calmamente.

— Você está me assustando — olhei atentamente para ele.

— Isso vem de gerações, e hoje, como o primeiro e único primogênito de Dominic, tenho total responsabilidade pela sua máfia — pausou, analisando minha reação. — Parece confuso para você, mas essa vida toda Dominic achou melhor te contar quando já estivesse morto. Antes de morrer em meus braços, ele pediu que você o perdoasse. Eu não faço ideia do que seja, mas ele disse que se sentiu um péssimo pai por deixar isso acontecer com você e como um herói que você sempre o viu, deixou isso acontecer.

Meus olhos fixaram-se em um canteiro de rosas. Minha mente projetou a cena que presenciei há alguns meses, sobre a conversa do papai com Max. Foi naquele dia que eu tive certeza de que nunca mais o veria como um herói.

— Eu não posso te imaginar nessa vida, Chris — balancei a cabeça em negação — Você nunca se envolveria com essas coisas.

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