Nineteen | 19

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Na maioria dos meus problemas, tudo que eu precisava era estar do seu lado.

—Fernanda_autora


Nikolas não errou o horário com meu irmão; estávamos a dez minutos de chegar na "minha" casa.

O frio congelante da Rússia arrepiava todo o meu corpo, e para me esquentar, abracei minhas pernas. Nikolas me olhou e, sem tirar os olhos da estrada, apontou para o banco de trás.

— Tem um moletom aí atrás — disse, apontando o lugar — Pega e se vista.

Soltei meus joelhos para poder me mexer, movi meu corpo um pouco para o lado, me virei e, numa tentativa de alcançar o moletom, percebi que do jeito que estava, não conseguiria.

Me ajoelhei no banco e finalmente consegui pegá-lo. Voltei a me sentar e senti o olhar dele em mim. Quando levantei a cabeça, não estava enganada; senti minhas bochechas ganharem um tom avermelhado. Sabia que havia corado.

— Por que me olha tanto assim? — perguntei, vestindo o moletom, que ficou imenso em mim, parecendo um vestido, assim como a blusa que eu já estava usando.

— Não posso mais olhar o que é meu? — franziu o cenho, com um sorriso provocativo.

— Não sou sua. — Cruzei os braços junto ao peito.

— Vou te mostrar que é minha, sim. — disse, parando o carro.

Olhei pela janela e percebi que já estávamos no portão da minha casa. Os seguranças que estavam de guarda no lado de dentro abriram as imensas grades, liberando nossa passagem.

Nikolas dirigiu até o jardim e parou o carro no meio do imenso gramado esverdeado. As luzes de dentro da casa já estavam acesas em alguns cômodos, indicando que alguém estava acordado.

— Isso aqui é para você. — Nikolas abriu a mão, revelando uma pequena caixa.

Observei a caixa aveludada em sua palma e estendi a mão para pegá-la, mas fui impedida por ele, que segurou minha mão, prendendo a caixa entre as nossas.

— Por que fez isso?

— Porque não é para ver agora — ele retirou sua mão da minha e suspirou pesadamente.

— Não vou abrir agora — segurei a caixa — Bom, não sei se Christian te contou, mas meu voo de volta para a Itália sai essa madrugada.

— Já estou sabendo. Por isso estou te dando isso — disse, me encarando nos olhos. — Mas isso não é um adeus, pestinha.

— Vai entrar comigo? — perguntei.

— Sim. Te peguei sob os olhos do seu irmão e vou te devolver sob os olhos dele. — Ele abriu a porta e desceu do carro, deu a volta e abriu a minha porta.

Desci do veículo e ajeitei minhas roupas. Christian me mataria por estar vestida assim. Comecei a caminhar em direção à porta imensa, mas antes de chegar até lá, meus olhos foram imediatamente para uma janela aleatória. Meu coração quase parou de susto.

Ele não poderia estar aqui. Isso só pode ser coisa da minha cabeça. Olhei de novo para a janela, mas não havia mais nada lá. Continuei andando e, ao chegar na porta, abri-a, revelando meu irmão, Ryle e Killyan na sala.

— Ryle! — Corri até ela, que abriu os braços para me receber em um abraço.

— Pensei que minha irmã viria até mim — Christian fez drama, com uma expressão séria.

— Me desculpe, molenito — fui até ele e o abracei também.

— Você não saiu daqui com essas roupas — ele desfez o abraço, me olhando de cima a baixo. — O que aconteceu? — indagou, olhando para Nikolas.

Sequestro de um amor Onde histórias criam vida. Descubra agora