💚 ‐ Μέρος 18

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// P A R T E  18 \\
• 𖥸 •

Clarisse ignorou o elevador e subiu correndo as escadas do prédio assim que o porteiro liberou sua entrada. Os lances de escada não foram nada se comparados ao quanto ela estava ansiosa. Mal parou na frente da porta do apartamento e já foi batendo, o mais controlada que conseguiu para não soar como mal-educada.

Alguns instantes se passaram e a porta foi aberta por um Percy de pijama azul, cabelo desgrenhado e cara fechada. Por um momento ela ficou surpresa, Percy havia crescido desde o último verão, já estava quase da sua altura, mas ela logo relevou essa informação.

— Espero que saiba que me acordou.

Clarisse saiu entrando, sem nem um pingo de formalidade com seu cunhado.

— Problema seu, isso não é hora de dormir - ela respondeu — Onde está a Rose? E a Sally?

— Primeiro, são oito da manhã e é feriado - Percy bocejou enquanto fechava a porta — Segundo, Rose tá no terraço com o nosso vizinho e mamãe foi ao centro com o Paul. Mas alguma coisa? Eu quero voltar pra cama.

— Que vizinho?

Percy revirou os olhos, passando direto por Clarisse.

— Vai lá descobrir - ele sorriu de canto, já conhecia muito bem a personalidade ciumenta de Clarisse. Provocá-la nunca perdia a graça.

Ele seguiu para o corredor com a cunhada atrás de si. Percy parou na primeira porta e Clarisse seguiu para a porta do quarto de Rose.

— Aí - Percy chamou antes de entrar em seu quarto.

Clarisse olhou para ele em dúvida.

— Hm?

— Parabéns, meio atrasado.

— Valeu - ela sorriu levemente.

Percy assentiu.

— Gostei do cabelo novo - foi a última coisa que ele disse antes de entrar em seu quarto.

Clarisse sorriu um pouco mais largo, negando consigo mesma, e entrou no quarto de Rose. Deixou sua bolsa ao lado da cama e acabou dando uma rápida olhada ao redor. Tudo ali era a cara de Rose: as paredes cobertas por fotos, desenhos e pinturas, a coleção de vinis cuidadosamente organizada em uma prateleira junto de muitos livros sobre animais e, lógico, vasos e mais vasos de cactos, suculentas e pequenas flores por toda a parte.

Clarisse respirou fundo apenas para absorver tudo aquilo, toda a essência de Rose. Então, sem perder mais tempo, ela saiu do apartamento e subiu mais alguns lances de escadas rumo ao terraço.

O terraço do prédio era limpo e bem cuidado, o chão era coberto por pedrinhas de arenito e haviam muitos vasos de plantas e casinhas de pássaros. Fora isso, haviam os dutos de ar, comuns de qualquer prédio, uma grande antena e o que parecia ser uma casinha de ferramentas. Era um lugar agradável para se relaxar.

Quando Clarisse chegou lá, o ar fresco e o cheiro das flores a receberam. Ela logo avistou Rose, de pé, atrás de uma grande roseira em um vaso. Por um momento, pareceu que Rose estava falando sozinha, mas então uma voz masculina aparentemente mais velha surgiu.

Curiosa, Clarisse se aproximou e viu que Rose estava em uma conversa animada com um senhor de meia-idade, de cabelos grisalhos e traços chineses. Ele segurava um pequeno regador, aparentemente falando algo sobre as plantas.

— Por isso é importante conversar com as flores. Elas sentem quando você cuida delas com carinho - dizia o senhor.

Rose riu.

ANANKE || Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora