CAPÍTULO DOZE

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DORA JONES:

Meus olhos estavam presos no maldito envelope que estava na minha mesa de centro, eu não tinha conseguido o abrir desde que saí do escritório daquele homem, parecia que algo estava me mandando ficar longe daquele documento, por mais que a minha curiosidade me mandasse abri-lo e tirar todas as minhas duvidas, algo estava me repelindo e afirmando que eu não precisava reviver aquilo depois de tantos anos.

O som da campainha fez com que eu me sobressaltasse e pegasse o arquiva jogando-o dentro do baú de brinquedos de Sun, era o único local protegido naquele momento. Eu agradecia por ele já estar dormindo, eu não queria que o meu filho tivesse que passar por qualquer dificuldade ou sofrimento e o que continha naqueles papeis era algo que poderia interferir nas nossas vidas de uma maneira drástica.

— Coronel! – Exclamei ao vê-lo parado na soleira da minha porta, aquela era realmente uma visita inusitada. — Não esperava vê-lo depois da nossa conversa de mais cedo.

— Desculpe-me o horário. – Pediu ele e eu anuí apertando a porta com força, eu não estava me sentindo a vontade ao lado dele como sempre aconteceu. — Eu fiquei preocupado com a maneira que saiu da base, por isso vim lhe fazer uma visita para ter certeza de que tinha chegado bem.

— Obrigado pela preocupação. – Agradeci, por mais que o meu cérebro estivesse gritando para que eu o mandasse embora eu apenas sorri. — Entre, irei lhe servir algo para comer, passou todo esse tempo viajando apenas para vir me ver, irei me sentir desconfortável se eu o deixar partir com a barriga vazia.

Ele apenas sorriu e entrou e eu fechei a porta atrás de mim, pedi para que ele se sentisse a vontade e segui na direção da cozinha, fiz um sanduiche, eram os únicos ingredientes que tinham na minha geladeira, eu precisava fazer compras com urgência.

— Desculpe-me por não ter algo mais elaborado. – Pedi quando coloquei o prato na sua frente. — Os dias tem sido corridos e eu acabei me esquecendo de ir fazer compras

— Está ótimo! – Afirmou ele sorrindo. — Você nem precisava ter sido tão atenciosa, isso faz com que eu me sinta pior por não poder lhe contar o que tanto quer saber.

— Não se preocupe com isso, foi apenas um surto. – Sussurrei sentando-me na sua frente e cruzando as minhas mãos na frente do corpo. — Acho que eu fiquei culpada demais por estar seguindo em frente e acabei surtando dessa maneira. Peço desculpas por ter o perturbado, a morte de Daniel ainda é um assunto delicado.

— Ele é o seu marido, você tem todo o direito de ficar frustrada. – Afirmou ele segurando as minhas mãos delicadamente. — Convivi com muitas viúvas de militares, Dora. Essa dor nunca irá desaparecer, você sempre se lembrará de Daniel, mesmo que siga com a sua vida e não estou a culpando por estar pensando nisso, mas vocês tiveram uma historia e ninguém poderá apagar isso, até porque Sun é o fruto desse amor e você sempre irá ter um apreço especial por ele.

— Daniel jamais será esquecido, ele sempre será o amor da minha vida – Garanti puxando a minha mão delicadamente, aquele contato mais intimo não me deixava confortável. — Qualquer outro homem que entrar na minha vida tem que estar ciente que ele sempre vai ter um espaço especial na minha vida e ninguém poderá mudar isso. Não gostaria de conversar sobre isso, é algo que ainda me faz mal, então é melhor colocar uma pedra nesse assunto e apenas seguir em frente, acho que esse não é um assunto que deva ser revelado, se foi colocado em segredo de estado algo de muito importante deve estar sendo guardado e eu não quero ser um problema.

— Obrigado, por entender. – Agradeceu ele sorrindo e eu conseguia sentir que ele estava ali apenas para ter a certeza de que eu não cometeria nenhuma loucura. — E pelo lanche, fazia anos que eu não comia um sanduiche tão delicioso quanto o seu.

SKY - O Céu Sobre Nós - Livro 1 - Série SkyOnde histórias criam vida. Descubra agora