6- Noites frias (Valência)

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"A escuridão que carregava dentro de si finalmente encontrava uma luz

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"A escuridão que carregava dentro de si finalmente encontrava uma luz."

Fechei a porta da lanchonete com um suspiro, trancando-a com firmeza. As ruas estavam desertas, iluminadas apenas pelos postes que lançavam sombras longas e sinistras. Hoje era quinta-feira, e as meninas não poderiam me buscar no trabalho porque Aurora tinha aula de dança e Lumina estava em um jantar com o babaca do namorado dela.

Encolhi-me dentro do meu casaco, apertando as mãos nos bolsos e acelerando o passo. Enquanto o som dos meus próprios passos ecoava nas calçadas vazias, sentia como se estivesse sendo observada.

Odiava esse sentimento.

A sensação de estar sendo observada crescia a cada esquina. Olhei para trás, mas só encontrei o vazio da noite. Meu coração acelerou, e aumentei ainda mais o ritmo. A distância até meu prédio parecia infinita. O vento soprava ao meu redor, mas eu só conseguia ouvir meu próprio coração martelando no peito.

"Maldita paranoia, Valência."

Caminhei apressada, tentando ignorar a sensação crescente de que estava sendo seguida. A cada passo que eu dava, podia jurar que ouvia um eco, uma presença. Segurei a chave que estava no meu bolso entre os dedos, caso precisasse me defender de alguém.

"É só coisa da sua cabeça, Valência."

sussurrei para mim mesma, mas minhas mãos tremiam enquanto eu apertava a chave no bolso.

Finalmente, avistei a fachada familiar do prédio onde morava. O alívio foi imediato. Entrei no prédio, sentindo a segurança das paredes ao meu redor, e me apressei para o elevador. Quando as portas se fecharam, permiti-me respirar fundo, tentando acalmar os nervos.

Saí do elevador e andei pelos corredores, contando os números das portas, algo que comecei a fazer desde criança sempre que via algum número ou letra e nunca mais parei.

Ao entrar no apartamento, fui recebida por um som abafado de soluços. Meu coração apertou ao reconhecer a voz de Lumina. Liguei a luz e a encontrei encolhida no sofá, as mãos cobrindo o rosto enquanto lágrimas corriam pelo seu rosto. Ela não precisava dizer nada; eu sabia o que tinha acontecido.

Aquele lixo fez alguma coisa.

Aquele merdinha ia se ver comigo.

Aproximei, jogando a bolsa no chão, e me sentei ao lado dela. Ao tocá-la, meu peito doeu ao ver minha amiga com o rosto inchado, a bochecha vermelha e uma marca estranha no pescoço.

- Lu... o que aconteceu? - abracei-a, tentando confortá-la.

- Ele... ele não aceitou bem, Valência. - Lumina murmurou entre soluços, sem me olhar. - Ele ficou agressivo, gritou, disse que não vai deixar as coisas assim.

Minha mente se encheu de raiva instantânea.

A ideia de alguém machucar Lumina me enchia de uma fúria que eu mal conseguia controlar. Imaginar ela ou Aurora feridas ou magoadas me deixava doida. Eu amava aquelas meninas mais do que a mim mesma; elas eram a minha família, e saber que um lixo desses ousou tocar nela me deixou puta da vida.

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