11- Praia ( Valência)

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Mas tudo bem, o dia vai raiar pra gente se inventar de novo — Cícero, Tempo de Pipa

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Mas tudo bem, o dia vai raiar pra gente se inventar de novo — Cícero, Tempo de Pipa

Duas semanas

Merda, merda, merda.

Onde eu coloquei esse carregador? Aquele anão infernal... juro que vou te amaldiçoar.

Sabe aquela história de que, quando você está atrasada para algo importante, parece que alguma entidade de outro mundo decide brincar com a sua cara? Ela pega a única coisa que você precisa e some com ela, só para te ver desesperada. Enquanto você procura como uma louca, esse ser ridículo deve estar rindo às suas custas. E ele só desiste quando percebe que você já não se importa mais ou quando você deixa um doce como suborno. Hoje, esse ser me pegou no meu pior dia, e agora estou estressada e sem tempo para respirar.

— Você venceu, ser de outro mundo. VOCÊ VENCEU, OKAY? — grito, irritada, enquanto caminho até a bolsa e a pego, saindo do apartamento em passos apressados. Eu estava atrasada para encontrar o Dimitri. Tínhamos combinado de nos ver depois da universidade, mas alguns imprevistos aconteceram e não consegui avisá-lo de que chegaria tarde.

Ódio.

Ódio.

Ódio.

Como isso pode estar acontecendo logo agora? Preciso me acalmar, respirar fundo e tentar pensar positivo.

Eu entro no carro que peguei emprestado com a Aurora, jogo minhas coisas no banco de trás e dou partida, acelerando em direção ao ponto de encontro na casa do Dimitri. No caminho, começo a cantarolar, batendo os dedos no volante sem perceber, numa tentativa desajeitada de me acalmar.

Quando chego ao prédio dele, não o vejo por perto. Estaciono em uma vaga, desço do carro e entro no prédio, pegando o elevador até o apartamento dele. Meu coração martela no peito; estou nervosa. Será que ele ficou chateado com o meu atraso?

Bato na porta, hesitante, e quando ela se abre, sou surpreendida pela visão de Dante sem camisa, exibindo o corpo bem definido. Não posso negar que ele é bonito. Ele me cumprimenta com um sorriso e me convida para entrar. Dou um passo para dentro e percebo que o apartamento está uma bagunça, bem diferente da última vez que estive aqui. Não pela desordem em si, mas pela energia do momento. Dá para sentir que a casa tem vida agora.

Charles aparece de repente, passando pela sala só de cueca, bagunçando meu cabelo enquanto passa. Dante corre para recolher algumas roupas espalhadas, mas é Dimitri que mais me surpreende. Ele sai do banheiro de toalha, os cabelos ainda molhados, e para assim que me vê. Ele vem na minha direção, dá um beijo suave na minha bochecha e diz:

— Oi. O que você tá fazendo aqui?- Eu sorrio, meio sem graça.- Eu mandei mensagem mais cedo dizendo que os caras resolveram ir pra praia com a gente e que eu ia passar para pegar você e as meninas. — Ele explica, ainda surpreso.

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