"Há amores que só podem
viver em seu coração,
não em sua vida."(Como eu era antes de você, Jojo Moyes)
Aluz vermelha iluminava o ambiente onde ele estava mesmo fraca e com uma vontade de apagar ela ainda resistia assim como a pessoa sentada na cadeira em frente a mesa o ar carregava um cheiro agridoce misturado com o cheiro de cigarro que estava impregnado tanto no ambiente como na roupa, as paredes estavam cobertas por papeis para não deixar a luz de fora entrar como se segredos antigos e guardados por tempo demais pairassem ali.
Sobre a mesa de madeira envelhecida, diversas fotos estavam cuidadosamente dispostas. Cada uma capturava um instante específico da vida de uma certa pessoa sempre o mesmo alguém, a mesma figura, e ele as analisava com um sorriso fixo, quase macabro, nos lábios.
A melodia suave de um piano preenchia o espaço, suas notas ecoando sutilmente pelo ambiente fechado. A música era uma de suas favoritas, a perfeita trilha sonora para aquele momento de pura contemplação. Ele fechava os olhos por breves instantes, como se quisesse fundir-se à melodia, absorvendo cada nota enquanto seus dedos corriam sobre as bordas das fotos, tocando-as de forma quase carinhosa.
Com um gesto lento, ele pegou uma das fotografias, levantando-a para examiná-la contra a luz escassa. O rosto na foto parecia quase olhar de volta para ele, mas era apenas um reflexo da obsessão que ele carregava. Mas mesmo assim a pessoa se sentia conectado com o rosto da foto estava transbordando por dentro por poder tocar de verdade agora naquela pessoa isso era algo bom tão bom que nem dava para acreditar que era real.
Em um canto da sala, uma pilha de pastas estava cuidadosamente organizada, cada uma com um nome escrito em letras firmes. Algumas pareciam mais usadas do que outras, com papéis gastando-se nas extremidades, e outras continham apenas alguns arquivos, aguardando para serem preenchidas. Ele percorreu as pastas com os olhos, murmurando alguns dos nomes que estavam ali, como se estivesse se lembrando do que cada um significava para ele.
Os passos dele pela sala eram lentos, quase ensaiados, um ritual que repetia frequentemente, pois cada objeto, cada foto, cada pasta, fazia parte de um quebra-cabeça maior. Ele abriu uma das gavetas e retirou algo — um pedaço de tecido amassado, um pedaço de algo que ele guardava como um troféu, algo que pertencia à pessoa nas fotos. Cheirou o tecido, absorvendo o aroma leve e distante que ainda restava. Um sorrisinho contido se formou em seus lábios, e ele guardou o tecido de volta na gaveta, quase como se fosse um tesouro precioso.
A música foi diminuindo de intensidade, o piano sutilmente se perdendo em um silêncio quase perturbador. Ele desligou o rádio com um toque delicado, e o silêncio que seguiu foi pesado. Era como se cada som estivesse suspenso no ar, ameaçando quebrar a qualquer momento. Ele pegou outra foto e passou os dedos sobre o rosto, seus olhos brilhando com um fascínio perturbador.
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Entre Desconhecidos
RomanceDimitri, um estudante de artes com um segredo sombrio, nutre uma obsessão silenciosa por Valência há anos. A vida dele gira em torno dela, sua musa inalcançável, até o dia em que uma inesperada proposta lhe dá a chance de se aproximar. Mas aquilo q...