Dimitri, um estudante de artes com um segredo sombrio, nutre uma obsessão silenciosa por Valência há anos. A vida dele gira em torno dela, sua musa inalcançável, até o dia em que uma inesperada proposta lhe dá a chance de se aproximar.
Mas aquilo q...
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Duas semanas depois
"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal."
(Friedrich Nietzsche)
Eu olho para Dante, tentando entender o que ele está pensando. Seu olhar carrega uma curiosidade que nunca se cansa de me questionar.
— O que você acha? — ele pergunta, cruzando os braços.
— Do quê? — franzo o cenho, sem saber onde ele quer chegar.
— Seu aniversário, cara. Está chegando e você simplesmente não vai comemorar?
Reviro os olhos, já imaginando que ele não vai desistir tão cedo.
— Você sabe que eu não comemoro meu aniversário, Dante. Por que isso agora?
Ele suspira, jogando-se despreocupadamente no sofá.
— Por quê? Deve ser porque agora temos duas amigas que são super próximas da gente e que gostam de você. Quando descobrirem sobre seu aniversário, vão querer festejar.
— Duas amigas? Esqueceu que são três? — questiono, arqueando uma sobrancelha.
Ele dá de ombros com um sorriso irônico.
— Eu não conto com a doida da Aurora.
Reviro os olhos novamente e solto uma risada baixa.
— Vocês precisam se resolver. O negócio de vocês é bizarro.
Dante bufa, mudando de posição no sofá.
— Para de mudar o foco! Vamos lembrar de você e do seu aniversário — ele insiste.
— Eu não quero, Dante. Sério mesmo. Vamos deixar isso de lado. Não tem que sair agora? — tento mudar o assunto, sem paciência para mais um sermão sobre festas.
Ele me encara, fingindo estar ofendido.
— Tá me expulsando mesmo?
Antes que eu possa responder, a porta do meu apartamento se abre com um estrondo, e uma voz animada invade o lugar.
— BOM DIAAAA, MEUS LINDOS PRINCESOS! — grita Charles, entrando com um sorriso contagiante.
Eu troco um olhar com Dante, que revira os olhos, sem esconder a irritação.
— Oi pra você também, Dante — Charles diz, notando a expressão dele.
Dante cruza os braços, fingindo indiferença.
— Você está feliz demais. O que aconteceu?
Charles faz uma careta exagerada, balançando a cabeça.
— Eu não posso ser alegre? A culpa não é minha que vocês são tão chatos.
