Cecília Monteiro' Point Of View
12 de maio de 2024
17:54 p.m.
Hospital Albert Einstein, São Paulo. -Brasil
Eu não queria sabe. Eu não queria estar chorando pelo mesmo assunto pela milésima quinta vez.
Eu odeio chorar por homem.Eu era nova, tinha apenas 17 anos e um sonho de vir morar na capital de São Paulo e me formar em medicina.
E o Diego chegou, todo cheio. Ele tinha vindo passar as férias na casa da avó e todas as meninas estavam apaixonadas nele.
Eu não ligava muito para ele, o que ele achava incrível.Ele foi chegando mais perto, me conquistando e eu caí no papo dele. Começamos a namorar, foi tudo muito rápido.
Ele vinha 2 vezes por mês me visitar, eram sempre os melhores finais de semana. Depois que passei na faculdade fui morar em São Paulo.
Comecei a estudar, mas eu passava boa parte do tempo no apartamento do Diego. Já tinha inclusive passado boa parte das minhas coisas para casa dele.
Ele vivia me chamando para morar com ele, mas eu queria ter minha própria casinha. E sempre falava que só iria morar com ele se ele me pedisse em noivado.
Quando completamos 3 anos de namoro ele me pediu em noivado. Foi um dia incrível, fiquei tão feliz!
Nos primeros anos de namoro ele era um amor, mas ele começou a ficar com um ciúmes possessivo e um pouco agressivo. Ele sempre quebrava as coisas durante as discussões e era sempre aquela frase "eu só tô quebrando isso para não quebrar você no soco" e ele ainda tinha a coragem de me perguntar "o por que você tem medo de mim?" Um sonso.
Ah Cecília, por que você aguentou todos esses anos? Simples, eu estava em uma cidade totalmente diferente da minha meus amigos moravam longe. Eu não tinha ninguém, só tinha o Diego. E não posso mentir, eu tinha uma puta dependência emocional nele.
Com o tempo eu aprendi a viver sem ele, mas eu tinha medo de terminar e ele fazer algo comigo. Ou eu ficar sozinha. Claro que eu tinha meus amigos, mas eles moravam/moram um pouco longe de mim.
Eu tinha medo.
E eu sempre pensei que o amor era assim, o amor machucava. Mas depois te curava.
Afinal eu cresci em uma casa assim, meu pai sempre foi muito agressivo. Minha mãe não fazia absolutamente nada sobre isso, ela sempre aguentava tudo calada.Eu perguntava para ela o por que disso, e ela sempre falava "ele é meu marido querida, o amor é assim. Um dia você vai entender."
Depois eu entendi, no começo eu pensava que era o certo, mas a Gabi me explicou e falou que isso é doentio.Eu não acreditava, mas a minha ficha caiu.
Mas uma coisa que não sai da minha cabeça é a Livia. Ela é idêntica a mim quando mais nova, e ela tá grávida. O Diego vai ser pai. De uma MENINA.
Realmente o karma é foda. Mas o que mais me preocupa é a Livia, eu já estive no lugar dela e sei como é. E ela está pior que eu, ela está grávida de um agressor babaca.
Mas sabe o que me dá mais raiva, é que ele se finge de santo para todo mundo. Todo mundo acha que ele é um anjo de pessoa, nunca nem matou um mosquito.
Mas ele é a pior pessoa que conheço. Por mais que meu pai seja igual, eu não consigo odiar ele.
Mas eu não sei do que eu mais estou chorando, de frustração por não ter ajudado a Livia, raiva, tristeza ou ranço.
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MALDITO GIRASOL -RICHARD RÍOS
FanfictionCecília Monteiro, uma dedicada residente de cirurgia no segundo ano, nunca imaginou que uma noite na boate pudesse mudar tanto a sua vida. Depois de uma inesperada noite de paixão com Richard Rios, um jogador de futebol do palmeiras, ela volta à rot...