Capitulo 20

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"Nosso destino vive dentro de nós, você só tem que ser corajoso o suficiente para vê-lo." — Merida, Valente

Antes de ir para Sagittario, Yanna não havia pensado muito em como faria aquele pedido, mesmo que tivesse pouco mais de um mês, ela não se sentia corajosa o suficiente para estar diante de Eredor e pedir que ele realizasse sua cerimônia de casamento.

Encostada sobre uma das estantes da biblioteca, ela observava em silêncio o elfo guardar suas roupas em uma bolsa de viagem. Ela estava aliviada por ele ter conseguido ajuda na preparação da poção e mesmo que soubesse que ele estava louco pra ir pra casa, Eredor era o mais próximo que Yanna já tivera de um pai. Afinal, ela viveu anos sob a tutela de Papoula.

— Yanna, você está precisando de algo? — Ele indagou sem graça, confuso por ela estar ali parada, observando-o em silêncio.

— Eu.... — Ela tomou uma lufada de ar, antes de continuar — Na verdade sim.

Eredor deixou as roupas de lado, para prestar atenção nas palavras dela.

— Eu sei que você planeja partir logo, mas se não for incômodo, eu, não, nós....— Ela tossiu constrangida. — Eu gostaria que fosse o senhor a fazer minha cerimônia de casamento.

Eredor Abriu um sorriso docil, parecendo um tanto aliviado.

— É claro!

Yanna ainda estava constrangida e por um momento Eredor quis rir do quão vermelho o rosto dela estava.

— Eu estava pensando....— Yanna parou de dizer, e olhou em volta da biblioteca, checando se não havia ninguém para testemunhar tal absurdo que diria. — Eu quero que seja de verdade. Os papéis, a cerimônia. É importante para o Eden, então eu queria presenteá-lo com isso.

Eredor abriu a boca em choque.

— Você está me dizendo que quer que eu leve os papéis assinados para Alexandrita e torne legal?

Yanna coçou a nuca, e apertando as mãos em desconforto, disse: — Se não for um incômodo. Eu sei que o rei precisa assinar os papéis...

Eredor tocou no ombro dela de forma paternal, antes de oferecer um sorriso caloroso.

— Eu posso tentar. — Eredor deu um suspiro profundo. — As coisas em Alexandrita estão... caóticas. Você sabe, eu mencionei as questões politicas quando cheguei, mas o que mais me preocupa são as plantações, que não estão vingando. Florence está desesperado.

— Se chegou ao ponto de Florence pedir ajuda para você, depois de tudo o que fez, acho que ele realmente não sabe o que fazer.

Eredor acenou com a cabeça, tenso.

— Eu penso... — Eredor hesitou. — Que pode ter algo a ver com Florean. As dificuldades magicas dele, ao mesmo tempo que a magia de Alexandrita oscila.... eu não sei, não soa coincidência.

Eredor se deu conta que havia revelado o segredo de Florean só depois que já havia dito, no entanto, Yanna sempre foi muito discreta.

— Florean é o herdeiro. — Yanna concordou. — E aconteceu muita coisa com ele.

— Com todos nós. — Eredor comentou, sua voz carregada de ironia amarga.

— As vezes eu queria poder... Eu não sei, sumir. — Yanna confessou, tensa. — Sinto que as coisas estão acontecendo rápido demais. É tanta luta, tantos problemas...

Eredor deu um tapinha amigável no ombro de Yanna, balançando a cabeça em concordância.

— Você ouviu falar que os guardas reais estão caçando e, em alguns casos, assassinando os daemons que se recusam a se apresentar para a convocação? — Yanna perguntou.

Crônicas de Luz e Trevas: A Rebelião de AmetistaOnde histórias criam vida. Descubra agora