“Se existe um caminho,
A gente vai achar” Julietta e Peppa, Encanto☾
Desde sua explosão de poder, que a tirou das garras de sombras da senhora da corte Geminius, Eileen se viu perdida em uma floresta. Ela não sabia onde estava e também não sabia como sair daquele lugar, tudo o que Eileen sabia era que estava insuportavelmente quente.
Depois de algum tempo desacordada, ela sentiu que tinha que se mover novamente, voltar para casa... Lyon estaria preocupado com ela! Ela se lembrou da última vez que seus olhos se encontraram, do medo que ela viu ali... Ela tinha que voltar.
Então ela correu. Correu e correu em meio as árvores em busca de um caminho, de uma saída, de qualquer coisa, mas para onde quer que a bruxinha corresse, tudo o que ela via eram mais e mais árvores.
A situação lhe era horrivelmente familiar e, mais rápido do que ela gostaria, a determinação deu lugar ao medo.
As horas passaram e, por mais que ela andasse, não chegava a lugar algum. Mais árvores, mais arbustos, mais plantas, mais calor.
Eileen não viu nenhuma erva, nenhuma raiz, não havia nada naquele lugar que ela conhecesse e soubesse que era seguro o suficiente para comer.
A vegetação de Ametista sempre foi uma de suas mais notórias características. Desde sua grama, sempre variando entre tons de roxo e azul, às plantas de folhas vermelhas e laranjas como fogo, aos troncos brancos ou pretos das árvores que se entrelaçavam, criando uma sombra densa sobre a floresta, não haviam flores ou frutos, tudo era profundamente único. Ali, naquela floresta, Eileen notou que a vegetação, embora semelhante ao que ela sempre viu, não era a mesma.
A grama era roxa, mas um tom tão profundo de roxo que quase beirava ao preto. As folhas ainda eram vermelhas e laranjas, mas muito mais escuras que o normal. Não choveu nem uma única vez. E, além de tudo isso, havia névoa.
Era tão úmida quanto uma chuva fina, mas ardia contra a pele, quente como água fervida. Ela demorou alguns dias a perceber que aquilo não era névoa. Era vapor.
O calor sufocante parecia assar Eileen como um cozido para o jantar, mas ela tentou evitar pensar assim. Pensar em jantar a fazia pensar em comida, e ela estava com tanta fome...
Quanto tempo ela estava perdida ali? Ela acharia o caminho de volta? Lyon teria esperado por ela? Ela o veria novamente? Ela veria Morgan e Mylan novamente?
Os passos de Eileen se tornavam cada vez mais lentos e ela quase cedeu a vontade de se escorar contra uma árvore.
Ela estava tão cansada, podia sentir seu estômago doendo, dores pontiagudas a atingiam na cabeça e sua visão estava cada vez mais borrada.
Mas o pior era a sede. Sua garganta estava tão seca... Ela podia sentir seus lábios rachados e secos como areia, sentir sua língua amarga em sua boca, a garganta doendo pela secura. A pequena bruxinha sentiu raiva de seu corpo, empapado de suor contra as dobras do que sobrou de seu vestidinho, deixando-a toda úmida e gosmenta enquanto sua boca estava tão seca...
A bruxinha cambaleou alguns passos, antes de não aguentar mais. Ela caiu no chão, deixando-se apoiar em seus joelhos e cotovelos e tossiu algumas vezes, tentando aliviar a queimação em sua garganta, mas apenas piorou.
Seus braços tremerem e, sem forças para manter o equilíbrio, Eileen caiu de lado na grama, tossindo repetidamente. Seus olhos ficaram turvos no mesmo instante, tornando a imagem envolta nada menos que borrões.
Em meio a essas imagens fora de foco, Eileen viu algo caminhar até lá, e quanto mais se aproximava, mas sua aparência medonha ficava mais nítida. Reunindo o máximo de força que podia, eileen tentou se afastar da criatura, rastejando sobre a grama.
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Crônicas de Luz e Trevas: A Rebelião de Ametista
FantasyA Maldição de Alexandrita foi quebrada, mas as Crônicas de Feeryan ainda não acabaram! Após fugir às pressas de Alexandrita, todos do grupo deixaram muitas questões para trás. Em especial, Eileen. Ela, escolhida a dedo pela própria Lua como uma por...