Capítulo 18: A força de dois sois

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Matheus caiu no chão, derrotado, sua respiração pesada enquanto olhava para mim com um misto de surpresa e respeito. Eu estava ofegante, meus músculos doendo, mas a sensação de vitória era palpável. Eu havia vencido, contra todas as probabilidades, e agora estava de pé, triunfante, enquanto ele permanecia prostrado no chão.

Por um momento, o silêncio pairou ao nosso redor, pesado e denso, até que Matheus finalmente quebrou o silêncio, suas palavras carregadas de uma nova reverência.

— Você é mais forte do que eu imaginava — admitiu ele, sua voz quase sussurrada. Ele tentou se levantar, mas caiu de joelhos, reconhecendo sua derrota. — Eu reconheço sua força, Anahi.

Antes que eu pudesse responder, outros nephilins emergiram das sombras. Eles haviam assistido à luta de longe, mas agora se aproximavam, suas expressões marcadas por respeito e admiração. Um a um, eles se curvaram diante de mim, reconhecendo a minha vitória e a força que eu havia demonstrado.

Azrael, que havia observado tudo em silêncio, deu um leve aceno de cabeça, como se estivesse validando o respeito que agora me era dado. A sensação de poder e respeito era nova e estranha, mas de alguma forma, senti que estava começando a entender meu verdadeiro lugar, eu era uma Nephilim, afinal.

Enquanto os outros nephilins se curvavam, o silêncio que antes era pesado se transformou em algo quase reverente. O respeito deles era tangível, como uma onda que fluía na minha direção. Eu ainda estava tentando processar tudo, mas a presença imponente de Azrael ao meu lado me deu uma sensação de segurança. Ele permaneceu em silêncio, mas pude perceber um leve brilho de orgulho em seus olhos, algo que ele raramente deixava transparecer.

Matheus, ainda de joelhos, olhou para mim com uma expressão diferente agora. Toda a arrogância havia desaparecido, substituída por uma reverência que eu não esperava. Com um movimento lento, ele tirou um anel prateado de seu dedo, com um símbolo que eu não reconhecia gravado na superfície. Ele estendeu o anel para mim, suas mãos trêmulas.

— Este anel simboliza a aliança entre nós — disse ele, sua voz carregada de seriedade. — Aceite-o como um sinal de respeito e como prova de que reconhecemos sua força.

Peguei o anel, ainda sem entender completamente o que aquilo significava. O símbolo gravado na superfície era complexo, com linhas intricadas que formavam uma espécie de espiral envolvida por runas que brilhavam levemente à luz. Havia algo antigo e poderoso naquele símbolo, como se ele carregasse histórias e poderes que eu mal podia compreender.

Azrael se aproximou, seus olhos analisando o anel por um momento antes de explicar. — Esse anel é um símbolo de parceria e aliança. — Ele apontou para uma garota alta que estava entre os nephilins. Seus músculos eram bem definidos, destacando sua força física, e seu cabelo estava raspado de um lado, deixando à mostra um padrão tribal. Ela segurava um arco e flecha com uma postura firme, a verdadeira imagem de uma guerreira.

— Eles te veem como uma líder agora — continuou Azrael, sua voz calma. — Esse anel só pode ser dado a alguém que é visto como tal. — Veja o pescoço da lider deles.

Olhei para a garota, que me observava com um olhar penetrante, mas respeitoso. Havia uma conexão silenciosa entre nós, uma aceitação mútua. A responsabilidade que eu sentia antes agora parecia mais real, mais concreta. Eu não era mais apenas Anahi, a nephilim com um poder sombrio. Eu era alguém que essas pessoas estavam dispostas a seguir.

Os nephilins começaram a se afastar em silêncio, pegando Matheus do chão e o ajudando a se manter de pé. Não houve palavras de despedida ou ameaças finais, apenas uma aceitação tranquila da derrota e a reverência que me foi concedida. Em poucos minutos, eles desapareceram entre as árvores, deixando Azrael e eu sozinhos na clareira.

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