࣪✶ entrando pela janela

182 32 60
                                    

o que antes eram só migalhas... nesse capítulo virou o pão inteiro. de nada!

—————————————————

Quando Tessa abriu os olhos, encontrou-se em um lugar completamente diferente do seu quarto. A escuridão era densa e impenetrável, e o ambiente parecia um galpão abandonado. O ar estava gelado e carregado de uma sensação opressiva. Ela tentou se orientar, mas o frio do piso sob seus pés descalços a fazia hesitar.

Apenas a sensação de partículas flutuantes e a dificuldade em respirar confirmavam a localização peculiar. Ela avançou lentamente, cada passo ecoando no silêncio absoluto. De repente, o silêncio foi quebrado por uma série de pequenos barulhos frenéticos: centenas de ratos saíram das sombras e passaram correndo por ela. Tessa estremeceu e se levantou na ponta dos pés, observando-os com os olhos arregalados enquanto eles a ignoravam completamente.

O tumulto dos ratos cessou tão rapidamente quanto começara, e um grito desesperado de um homem ressoou na escuridão, congelando Tessa em seu lugar. Antes que pudesse reagir, uma força invisível e opressiva envolveu seu pescoço, erguendo-a do chão. Tentáculos que não pareciam humanos se enrolaram em torno dela, pressionando com força cruel. O pânico tomou conta de Tessa, e ela tentou gritar, mas o som se perdeu na escuridão.

No instante seguinte, ela acordou em sua cama, ofegante e com o coração disparado. A sensação de sufocamento ainda a acompanhava, e suas mãos tremiam ao se fixarem em seu pescoço, como se o aperto invisível ainda estivesse lá. O relógio ao lado da cama marcava 02:30 AM, e ela sabia que seria mais uma noite apenas com 2 horas de sono.

Ela respirou profundamente, tentando acalmar o ritmo acelerado de seu coração e os respingos de medo. Com as mãos ainda tremendo, passou o rosto com força, tentando afastar a sensação de pânico que parecia ter se aninhado em sua mente. O que antes eram pesadelos inquietantes agora se transformaram em tormentos brutais e persistentes, interrompendo seu descanso e deixando-a à beira de um colapso.

Tessa se levantou lentamente, seus olhos se ajustando à penumbra do quarto. O pensamento dos sonhos repetitivos a inquietava. Não era apenas a natureza dos sonhos que a perturbava, mas o fato de que eles pareciam estar ficando cada vez mais reais, mais cruéis. Havia algo de profundamente perturbador sobre essas visões, e a sensação de que algo estava prestes a acontecer a acompanhava mesmo quando estava acordada.

Ela se dirigiu ao banheiro, determinada a se recompor. O reflexo assustado que a encarava no espelho parecia questionar sua sanidade. Tessa se esforçou para afastar as memórias perturbadoras do sonho, mas a visão de seus próprios olhos assombrados continuava a desafiá-la a confrontar o que estava realmente acontecendo.

Ela ligou a torneira e lavou o rosto com água fria, sentindo a sensação gelada que a fazia voltar à realidade.

Tessa acreditava que a intensidade dos sonhos estava diretamente relacionada à sua recente compreensão do mundo invertido. Para ela, parecia como se sua mente estivesse lhe pregando uma peça, misturando seus medos e inseguranças mais profundos em uma trama de terror quase palpável. Cada noite, os pesadelos se repetiam, o que tornava impossível dormir mais de três horas seguidas.

O pesadelo da noite anterior ainda pairava sobre ela. A sensação de ser sufocada por algo não humano, de ser observada por uma força invisível, a fazia se perguntar se esses sonhos não eram apenas parte de sua mente atormentada, mas talvez sinais de algo mais sinistro. O medo e a angústia que sentia eram reais e implacáveis, e a dificuldade para encontrar uma explicação plausível a deixava ainda mais perturbada.

Ela se apoiou na pia e respirou profundamente, tentando recuperar a compostura antes de voltar para o quarto e se deitar em sua cama. As horas seguintes foram um tormento; Tessa rolava de um lado para o outro, tentando em vão encontrar uma posição confortável. A ideia de enfrentar mais um pesadelo a assombrava, tornando impossível relaxar.

bohemian rhapsody  ✶  steve harrington.Onde histórias criam vida. Descubra agora