Prólogo

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POV's Murakami

Nunca entendi bem minha individualidade, ou melhor, individualidades. Sempre tive muita dificuldade em controlar meu lado direito, e a individualidade em si me assustava.

Sempre foi muito difícil entender, eu sempre acabava me frustrando ao ver outras crianças aperfeiçoando suas habilidades, enquanto eu só feria os outros com a minha.

Nunca fui bem aceita. Filha de um herói e uma vilã. Eu era a escória para grande maioria das pessoas, e eu não podia negar minhas origens graças a diferença gritante das minhas individualidades.

De um lado, eu gostava do poder que herdei do meu pai, era muito poderoso, e além de ser ótimo para ataques, ele também tinha propriedades curativas, e isso sempre me deixou muito feliz, porque meu pai falava que nosso poder era vida.

Do meu lado direito, o poder é o completo oposto. Além de absorver poder dos outros, causava grandes danos com uma alta taxa de mortalidade, descobri isso depois de perder inúmeros bichinhos. Por isso eu aposentei meu lado direito.

Eu não era de muitos amigos, era difícil as pessoas serem amigáveis com alguém que acabava com tudo que tocava, mas eu fiz um amigo.

Ele é como um irmão para mim, sempre me defendeu de tudo e todos, da forma dele, e ele adorava minha individualidade, mesmo o lado ruim.

Já ele, nunca apresentou a sua, e isso me deixava tão frustrada quanto ele. Ele adorava tanto os heróis, tinha um caderno apenas para anotar sobre os poderes deles, ou até mesmo de colegas de classe. Midoriya podia até não ter individualidade, mas ele era um grande herói, para mim.

(...)

Eu estava voltando para casa com Midoriya ao lado depois da aula,
como todos os dias, nossas casas eram respectivamente próximas, a minha era um pouco depois da dele. Quase sempre, esbarramos em Bakugou, e aquele dia foi mais um desses dias.

Na maioria das vezes ele implicava primeiramente com o mais baixo, mas ele não pegava leve comigo por ser uma garota, e eu não aliviava para ele só porque eu via o mínimo de tristeza naquele loiro que adorava disfarçar aquilo com ódio gratuito.

Eu sempre fui muito atenta as coisas, já que eu precisava disso para não ser feita de idiota pelos outros que me julgavam por um parentesco que eu mal tinha conhecimento, isso me fez uma pessoa muito observadora e eu consigo entender os sentimentos das pessoas ao olhá-la nos olhos, tanto que quando falei para Bakugou que aquelas atitudes eram só um reflexo de como ele se sentia fraco, ele parou de me olhar nos olhos e até parou de me implicar por um tempo.

— Até quando vai deixar sua namoradinha te defender, Deku? É tão inútil que não sabe cuidar de si! — Bakugou gritava em nossos ouvidos enquanto eu revirava meus olhos e via Izuku murchar no lugar.

Midoriya nunca revidou as provocações, isso me deixava com raiva até do esverdeado, mas entendo que não é algo da personalidade dele.

— Caramba, porque não deixa ele em paz de uma vez, seu porco espinho irritante. Pelo menos ele tem alguém do lado dele, o que vê ao seu lado?! — Vociferei sentindo até minha garganta doer e os dois garotos me olharam espantados.

Eu estava de saco cheio daquela mesmice.

— Você fala do Izu mas, não deixa de estar no encalço dele, aposto que tem medo dele superar você, mesmo sem individualidade, ele é muito melhor que você seu ouriço tingido.

Naquele dia. Eu declarei guerra a Bakugou, e ganhei reconhecimento do meu amigo, que mais riu das minhas ofensas que qualquer outra coisa. Eu realmente era péssima com isso, mas Bakugou merecia ofensas bestas, já que ele era um idiota.

Eu não odiava o loiro, odiava as atitudes dele, eu reconheço que tudo demanda dos sentimentos dele, e eu acredito que ele seja intenso até demais, e precisava de uma terapia.

Explosion Boy - Boku No Hero Onde histórias criam vida. Descubra agora