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Ragnar - memórias!

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E eu me lembro quando pensei nele pela primeira vez, ficou tão claro que ele era o cara para mim. Eu soube imediatamente.

E conforme os anos passavam, os pensamentos ainda estavam lá. Eu o conhecia a vida inteira, ele sempre foi próximo da minha família, ele era como um filho para meu pai, o filho que ele nunca teve. Ele estava por perto em todas as oportunidades que tinha, ele era um homem carismático, elétrico, magnético e todos sabiam disso. Quando ele entrava em um lugar, todos se levantavam para falar com ele, foi quando ele conheceu Lagertha e se apaixonou, esquecendo quem eu era.

Quando eu estava fazendo 16 anos, ele por outro lado já estava tendo um filho com Lagertha, às vezes eu esquecia que ele era alguns anos mais velho. Com o passar dos anos, aprendi a carregar esse peso e o deixei ir, ele ainda estava lá para mim quando eu ainda precisava dele, mas eu já era uma mulher e não precisava mais dele. Quando fiz 18 anos, comecei a acompanhá-lo em suas viagens porque quando o fazia, me sentia livre, era tão lindo encontrar novos lugares e novos rostos.

Nós voltaríamos e passaríamos um tempo com sua família, com o tempo eu tinha aprendido a me dar bem com Lagertha e mesmo agora o pequeno Bjorn seu filho também era como um filho para mim, o menino passava muito tempo comigo, eu era sua tia favorita, ele gostava de ser ensinado a lutar e tratá-lo como mais um. Quando tive a oportunidade convenci sua mãe a deixá-lo viajar conosco, ela a princípio resistiu à ideia, mas com um pouco de persuasão ela o deixou ir.

Aquela viagem foi extremamente estranha para mim, quando chegamos ao nosso destino fiquei muito doente e ninguém sabia o que tinha causado isso, só sabiam que poderia causar minha morte, Ragnar esteve comigo desde o primeiro dia me ajudando a me recuperar, nem mesmo seu filho me deixou sozinha em nenhum momento, e eles decidiram que não voltaríamos para casa até que eu estivesse totalmente recuperado.

Fiquei um mês e meio de cama sem ser capaz de fazer qualquer coisa e com febre alta quando eu finalmente consegui me levantar, Ragnar não me deixou levantar. Eu fazia qualquer coisa, mas certamente não era a melhor em seguir ordens e embora eu não pudesse sair e treinar, fiquei em casa onde ficamos fazendo as tarefas do lugar tentando não me sentir tão mal comigo mesma, todo o tempo que Ragnar e eu tinha passado, ficamos ainda mais próximos quanto éramos anos atrás e foi bom tê-lo por perto novamente, mas ao mesmo tempo havia um certo desconforto do qual não conseguia escapar.

Ele era tão encantador que por um momento me lembrou do homem por quem me apaixonei quando ainda era criança e com quem também me decepcionei. Uma noite em que eu tinha fugido de todos, decidi me afastar e me deitar debaixo de uma árvore longe de tudo, tentando sentir o ar através do meu corpo, eu estava tão em paz que nem o ouvi chegar e quando abri os olhos ele estava lá me observando, ele não disse nada, apenas sentou ao meu lado e eu descansei minha cabeça em seu ombro, nossas respirações estavam conectadas e era simplesmente perfeito.

Então senti sua mão pousar em minha bochecha, levantando meu rosto para vê-lo, ele se aproximou de mim e me beijou, essa foi a primeira noite que passamos juntos, me senti amada e desejada. Ele foi o primeiro homem e o homem por quem eu teria me apaixonado mil vezes, daquela noite em diante ele me levou todas as noites sob as estrelas me elogiando como se eu fosse a única mulher no mundo até que tivemos que voltar. Quando voltamos eu já estava carregando seu filho, mas não queria contar a ele por medo de que ele me deixasse.

Quando finalmente voltamos o medo se tornou real e ele apagou todas as memórias de mim, me deixando como se eu não fosse nada, alguém estranha com quem ele só queria ficar enquanto sua esposa estava fora, em uma ocasião eu implorei para ele ficar, para tentar lembrar o que tínhamos, mas ele não me ouviu, isso machucou minha alma como eu nunca pensei que machucaria e ele me deixou. E mesmo que eu tentasse odiá-lo, eu entendi que não podia e eu o amei, eu o amei, eu o amei.

E eu ainda o amo.