SANGUE E PREOCUPAÇÃO

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Me espreguicei na cama, me negando a levantar. Tipo, qual a necessidade de acordar cedo? Aff.
Não tava com fome, nem apetite nem nada que envolvesse comida.
Faz uma semana que eu tô aqui e não sai do quarto pra nada. Nem pra comer. Passo as noites chorando e pensando "oque eu fiz da minha vida?"
Elle havia pegado meu celular e não justificou o motivo. Bom, eu não iria brigar em terreno desconhecido.
Ouvi um barulho de toctoc na porta. Disse um "pode entrar" arrastado.

-oi. - Elle disse entrando no quarto. - Toma, isso é seu. - Ela jogou meu celular na cama.
Não movi um músculo para a morena. Estava deitada de bruços contra a porta.
-Lucy disse que você não tem comido nada desde que chegou aqui. Não pode ficar assim, Mariáh. Tá tudo bem?

-vai ficar... - Falei arrastada.

-não vou trabalhar hoje. Vamos nos conhecer melhor. - Ouvi ela puxar a cadeira da minha escrivaninha e se sentando.

-não temos nada pra conversar, Elle. Vai embora por favor. - Disse me ajustando ficando deitada de barriga pra cima na cama, apoiei o antebraço com o pulso virado pra cima sobre a testa.

-que porra é essa, Mariáh? - Olhei pra ela com olhar de desentendida enquanto ela se levantava e vinha na minha direção e segurando meu pulso "merda!". Me toquei o porque de sua irritação.

-Elle, eu posso explicar. - Me ajeitei na cama enquanto ela ainda segurava meu pulso.

-onde estão? - Ela perguntou.

-oque? - Perguntei.

-as lâminas. Onde elas estão? - Elle estava determinada a saber onde eu havia escondido as lâminas.

-nessa gaveta aí. - Apontei para a gavetinha da mesa de cabeceira.
A garota abriu a gaveta apressadamente e começou a vasculhar pelas lâminas. Achando todas as cinco e as guardando no bolso da calça de alfaiataria.

-não acredito no que meu olhos estão vendo. Tá maluca porra? Quer morrer caralho? - Elle cuspia as palavras em minha direção. - Deixa eu ver o outro pulso. - Amostrei o outro pulso que estava no mesmo estado. - Vem, levanta. - El me puxou pro banheiro e mandou eu retirar minha roupa. Foi uma sensação estranha, ficar nua na frente de uma pulta socia lite é foda - Lava bem o lugar dos cortes. Eu já volto. - Ela saiu do banheiro.

Lavei bem os pulsos e consequentemente o resto do corpo. Sai do banheiro e Elle estava no meu quarto com uma maleta de primeiros socorros.
A morena enfaixou meus braços, e uma sensação estranha, como um toque elétrico correu pelo meu corpo quando a vi desenhando as linhas da minha mão.

-termina de se arrumar e vai pro meu escritório. - A menina de olhos verdes falou e saiu do quarto.

Me arrumei e fui até a biblioteca. Peguei um box de livros e fui em direção ao escritório da Benson.

Me sentei num sofá que havia ali e comecei a ler. Elle estava claramente bem ocupada com coisas do trabalho.

-olha... - A menina se levantou e se sentou ao meu lado. - Sei como tem sido difícil pra você, saiba que pra mim também não tá sendo fácil mas, não pode querer fazer loucuras por causa disso. - Ela pôs a mão no vão da minha coxa.
Senti de novo um arrepio correr por mim.
Arfei.
-sei que tudo é muito estranho, mas tenta se manter calma, eu tô aqui pro que você precisar.

-é que é tudo tão novo. E o passado... Eu... Eu não sei... - Me permiti desabar. Chorei como se não houvesse amanhã. Eu estava tão cansada que nem me importei com quem estava me vendo chorar.
Elle me abraçou de lado e apoiei meu corpo no dela.
A garota acariciava meus cabelos ruivos com uma mão enquanto apertava a outra com força. Ela repetia "calma" e "vai ficar tudo bem" mas a voz dela saía meio embargada com se também estivesse chorando.
Aos poucos senti minha visão ficar pesada e minha respiração relaxar.
Depois daí eu não lembro de mais nada.

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Amo capítulos com gatilhos.

Essa eu fiz pro nosso amor Onde histórias criam vida. Descubra agora