Senti um peso no meu braço. Tirei os fones e vi a bebe aconchegada em mim. Ela estava com a boca aberta e a respiração lenta.
Retirei seus óculos e os pus na sua bolsa junto ao celular da mesma.
Chegamos em casa.-peguem as bolsas. Oque for de vocês, levem para a casa de vocês. E oque for meu e da ruiva, coloquem no quarto dela. - Peguei a garota no colo e levei a mesma pro meu quarto. Tirei os sapatos dela e tentei pelo menos tirar a pelúcia da Peppa. Como já devem imaginar... Sem nenhum sucesso. "Como uma garota consegue agarrar com tanta força uma pelúcia?" Desisti.
Vi seus olhos tremerem e suas sobrancelhas franzirem, como se estivesse tendo um pesadelo.
Deitei ao seu lado, a abracei e comecei a repetir "vai ficar tudo bem." "eu tô aqui." Enquanto acariciava sua cabeça. Aos poucos ela se acalmou. Me levantei e a cobri.-precisamos conversar. - Me assustei com Iris na porta do quarto.
Seu semblante era sério. Algo incomum vindo dela.
Escondi minha cara de apreensão, dando uma última olhada para Mariáh e fechando a porta atrás de mim.
Iris me entregou alguns papéis enquanto caminhávamos até a minha sala.-oque é isso? - Vi várias anotações, fotos, prints.
-são anotações de um dos nosso infiltrados. Ryle está planejando algo Elle. Algo muito ruim. - Ela olhou pra mim e eu pra ela. Iris parecia estar me escondendo alguma coisa, e eu iria descobrir oque era.
-que porra de zona é essa? Minha casa virou oque? O cu da mãe Joana? - Entrei em meu escritório.
Georgie tava sentado na minha cadeira com os pés na mesa, Betty estava sentada no sofá com Kylie no colo, Gayle estava anotando algo numa prancheta no outro sofá. Nicola estava com as pernas no colo de Léo sentada na cadeira que ficava na frente da minha mesa. Hunter estava encostado num canto da sala.-vaza. - Mandei Georgie sair da minha cadeira e ele saiu, resmungando mas saiu.
Sentei na minha cadeira.
-vamos, digam o porquê vocês invadiram minha casa.-que Ryle está tramando algo ruim, disso você já sabe. - Georgie disse se juntando a Gayle no sofá. - O problema é que... - Georgie parecia buscar as palavras certas pra falar comigo. - Oque ele quer, ele não pode ter...
-não tô te entendendo, Georgie. - Franzi as sobrancelhas.
-ele quer a Mariáh. - Betty disse.
Olhei pra ela com quem estivesse pedindo explicações. Iris olhou para a garota com repreensão, como se quisesse que aquilo fosse um segredo. A cacheada levantou as mãos em rendição.-não sabemos suas motivações pra querer a ruiva mas, Elle, ele tá bem determinado em tal intenção. - Kylie se pronunciou.
-oque faremos? - Nicola com sua doce e aveludada voz perguntou.
-nos mantemos na defensiva e rezamos pra que dê tudo certo. - Falei me jogando na cadeira e dando de ombros.
-é perigoso nos mantermos aqui, El. - Hunter afirmou. - Ele sabe a localização dela e quer a mesma. Seja ela viva, ou morta. - Senti os pelos do meu corpo arrepiarem e meu sangue borbulhar com tal fala. Como ele ousava cogitar em tocar na minha rosa de vidro?
-precisamos sair daqui, El. Não é mais seguro aqui. - Bufei.
-olha só, eu não vou sair da minha casa por causa de um filho da puta que não tem oque fazer! - Afirmei. - Gayle, quero um massacre em massa da sede dele em Atlanta. Vamos dar o sinal de que ele deve ficar atento com as merda que faz.
-tem mais uma coisa que precisa saber... - Léo suspirou olhando pro pessoal e depois pra mim. Iris verificou que ninguém nos ouvia e fechou a porta apoiando-se na mesma. - Ele quer o diamante.
-ahahahahaha, coitado. Não sei pra que esse medo todo, ele sempre quer o diamante, mas nunca consegue. Relaxem, vai ser só outro plano frustrado. - Dei de ombros.
Ryle é meu inimigo mortal da máfia Benetti.-dessa vez é diferente, Elle. Não vê? Ele não dá sinal de vida a anos e se não fosse um dos nossos informantes nós nunca saberíamos que ele quer a Mariáh e que planeja roubar o diamante. - Léo se levantou e começou a gesticular bem na minha frente.
-OQUE QUEREM QUE EU FAÇA PORRA?! VÁ DAR NA CARA DELE? ISSO É QUASE QUE IMPOSSÍVEL! - Me levantei gritando e assustando a todos.
-vamos mandar a cabeça da mãe dele. - Hunter sugeriu. Sorri com a ideia olhando para ele.
-a cabeça não... mas mandaremos o braço.
Abra as portas porfavor, Hunt. - O moreno concordou.
Acendi um cigarro dando um trago e depois assoprando a fumaça.
Meu melhor amigo saiu de trás de mim sentando junto a Betty e Kylie.
- Mandaremos um braço cheio de cortes e bem torturado. Preparem a mulher, amanhã bem cedinho eu vou estar lá. Quero ter o prazer de torturar aquele braço... - Dei outro trago.[...]
O pessoal já havia saído e eu estava sozinha na minha sala.
Abri minha gaveta e vi o diário de Ivy, suspirei pegando o tal caderno.
Abri no meio do caderno e comecei a ler."Querido diário, hoje, 22 de 04 de 1955 eu e Delilah fizemos 1 ano de namoro.
Eu tô tão feliz, sério, eu amo aquela garota com todo meu coração. A gente foi no cinema e ela comprou flores pra mim.
Porém eu tô sinceramente preocupada, o pai da Cheryl não gosta de gays e automaticamente ele não gosta da própria sobrinha. A Delilah. Estou com tanto medo do doque o futuro nos reservas. Mas prometo dividir com você independente do que for."Senti meu rosto molhado e minhas mão tremendo. Porquê falar sobre ela sempre me afetou tanto? Sequei as lágrimas e passei pra próxima página. Um pouco mais pra frente do caderno.
"Querido diário, hoje, 13 do 10 de 1955, ela se foi. Ela foi embora pra sempre, e eu não pude impedir.
A culpa foi toda minha, se eu não tivesse nascido gay, ela não sofreria assim. Não vejo mais sentido na vida.
Delilah me deixou na porta de casa hoje, após a festa da escola.
Eu tô me sentindo tão mal!
Mamãe disse que nos veríamos em breve, mas não sei não. Greendale é a cidade vizinha mas ainda assim não sei se poderei ir visita-lá.
Qualquer coisa te atualizo, independentemente do que for."Realmente não sei oque dizer em relação ao que eu li. Não sei porquê mas sempre que penso nela, imediatamente Mariáh vem a minha cabeça. Isso me dá medo. É como se já nos conhecêssemos de outra vida...
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Essa eu fiz pro nosso amor
RomanceMariáh Cortês, uma garota sonhadora e um tanto quanto petulante vive uma vida parcialmente tranquila. A garota tenta seguir a vida depois da morte da mãe e dos irmãos, conciliando trabalho com faculdade e lidando com traumas passados, a menina só q...