MEU PASSADO ME CONDENA

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Meu arrumei aos prantos imaginando Delilah no meu cangote, me enchendo de beijos e cariacias. A minha ficha de que ela havia ido embora ainda não tinha caído.
Ajeito o laço ao redor da cabeça e a maquiagem.

-querida, Cheryl está aí com Toni. Elas vieram te buscar pra festa. - Mamãe disse pondo a cabeça pra fora do quarto. - Nem acredito que minha pequena Ivy está prestes a se formar. Imagine só, minha pequena Ivy na foto oficial dos formandos de Riverdale de 1955.

-não sei se realmente vou pra essa festa, mãe. - Disse.

-oque? Ivy, querida, porquê? - Mamãe perguntou.

-não sei se consigo ir sem a Delilah - Senti meus olhos lacrimejarem.

-awn, querida, sei que sente falta dela. Mas eu prometo pra você que vocês se verão em breve. - Mamãe acariciou meu rosto.
Senti uma lágrima rolar. - Vou deixar você se recompor, direi para as meninas esperarem um pouco. - Mamãe saiu do quarto.
Ela invadiu o quarto de novo. -Inclusive, isso chegou pra você. - Mamãe me entregou um envelope e saiu do quarto.

Faz algum tempo que tenho recebido cartas de uma tal pessoa secreta. Não faço a menor ideia de quem seja, nem sei como enviar cartas de volta. Porque não tem nenhum indereço nelas.

"Ivy, sei que muita coisa tem acontecido na sua vida ultimamente mas talvez as coisas melhorem um pouco pra você.
Tenho algo importante para te dizer. Encontre-me na entrada da floresta às 21:30.

Não se preocupe, estarei te esperando.

Vá sozinha e não conte a ninguém do nosso encotro

Com ansiedade,

Sua pessoa secreta."

Apertei a carta contra o peito, ela tinha um cheiro familiar.
A guardei no sutiã.

[...]

Eram exatas 21:30 da noite e estava eu, sozinha, sem ninguém sabendo do meu paradeiro, na entrada da floresta.
Pensando bem não sei porque aceitei isso. Nem sei quem é a outra pessoa por trás da carta. Não devia ter confiado...
Comecei a ouvir um barulho de saltos no chão.
Não havia adentrando a floresta ainda, estava na calçada esperando pela tal pessoa.

-então você realmente veio. - Arregalei os olhos com aquela voz tão familiar.

-Delilah... - Sussurrei em um tom inaudível sentido lágrimas se formarem.
Abaixei um pouco o olhar dando de cara com a ruiva que vestia um vestido temático dos anos 20 como o meu só que o seu era vermelho com detalhes bordados pretos. E em um modelo diferente também.
Eu olhei pra ela e sorri, sentindo meu rosto totalmente molhado e minha maquiagem sendo destruída aos poucos mas não me importei.

-não vai me dar nem um abraço, margarida? - Delilah abriu os braços e eu a abracei com se fosse a última vez na vida que isso iria acontecer.

-roseta, oque está fazendo aqui? Porquê está vestida assim? - Perguntei me soltando do abraço.

-acha mesmo que eu iria embora sem me despedir de verdade da minha mulher?
E em relação a minha roupa, bom, eu dei uma passada na festa de vocês. - A garota deu uma piscadela pra mim. - Bom, vem. Tenho uma surpresa pra você. - Ela me puxou floresta a dentro. Nos guiando no escuro.
Depois de um tempo, chegamos a uma cabana que estava toda acesa. - É aqui que tenho ficado, margarida. Eu e mamãe. - Delilah me amostrou sua casa. Era pequena mas bem aconchegante. - Mas não é por isso que te trouxe aqui. - Delilah me guiou a uma canga no chão - Vem, deita aqui.

Deitei na canga no meio das pernas da Roseta, me aconcheguei de bruços na barriga da ruiva, com ela deitada com o corpo pra cima, acariciando minha cabeça.

-senti sua falta - Disse.

-eu também sinto sua falta - Ela respondeu.

-não pode ficar em casa? Mamãe não iria se importar - Insinuei.

-não posso margarida, sinto muito - Suspirei.

[...]

Ficamos horas conversando, já devia ser 01:50 da manhã quando sua mãe apareceu na porta.

-filha, leve Ivy em casa. Nós saímos às 06:30. - Sra. Spellman falou aparecendo na porta da cabana.

-acho que acabou nosso momento juntas. - Disse me levantando sendo acompanhada por Delilah.

Saímos da floresta agarradinhas enquanto conversávamos.
No caminho pra minha casa também ficamos conversando.
Chegamos na porta da minha casa.

-chegamos. - Delilah disse para na minha frente e eu estava contra a porta.

-roseta, não pode ficar morando aqui comigo? Nós podemos arrumar um canto pra você e pra sua mãe. Nós... - Dede me cortou.

-Ivy, não. Eu e minha precisamos ir por agora. Mas a gente vai voltar, eu prometo. - Ela acariciou meu rosto.
Vi uma lágrima rolar pela sua bochecha.

-já passou pela sua cabeça como nós somos diferentes?
Você bate de frente com o perigo, e eu, me escondo no colo da minha mãe quando uma barata aparece.
Você é tão foda Delilah, eu queria ser metade doque você é. - Falei. - Mas mesmo assim tenho medo de que algo aconteça com você.

-não se preocupe, margarida, eu posso cuidar de mim mesma. - Ela alisou meu rosto.

-ata, sei. - Ri sarcástica.

-confia em mim. Vai dar tudo certo. - Dedeh me deu um beijo na testa. - Agora eu tenho que ir. De verdade dessa vez. - Delilah começou a seguir o rumo de casa. A puxei pelo braço e segurando seu pulso.

-espera. Esqueceu de uma coisa. - A beijei. Um beijo calmo e apaixonado. - Agora pode ir. - Sorri e ela também.
Ela se virou pra ir embora. Delilah odeia despedidas.

Quando entrei em casa, chorei. Chorei muito, como se não houvesse amanhã.
E no dia seguinte a pós esse também. E no outro, e no outro.

Pra mim vai ser pra sempre uma tortura não ficar com ela.

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Essa eu fiz pro nosso amor Onde histórias criam vida. Descubra agora