Mariáh Cortês, uma garota sonhadora e um tanto quanto petulante vive uma vida parcialmente tranquila.
A garota tenta seguir a vida depois da morte da mãe e dos irmãos, conciliando trabalho com faculdade e lidando com traumas passados, a menina só q...
Eu estava encantada. Só passeei no shopping duas vezes na vida. Claro eu já fui outras vezes depois de adulta mas foi com o dinheiro contado pro café.
Elle amarrou o balão da Peppa no meu braço.
-aquilo é algodão doce? - Perguntei vendo uma criança pegar um algodão doce em forma de flor que saia de uma máquina colorida.
-é sim. Você quer? - Margarida me ofereceu.
-eu quero sim. - Sorri empolgada - Te incomoda?
-claro que não. Vem, vamos. - Ela agarrou minha mão trelaçando nossos dedos e indo até a máquina de algodão doce.
Apertamos alguns botões e logo a máquina começou a fazer um algodão doce em forma de flor. Peguei o doce da máquina e provei um pouco.
-ai minha santa fada madrinha que delícia! - Pus a mão na frente da boca enquanto comia o doce. - Prova Margarida. - Ofereci pra ela que sorria enquanto me olhava. Nossos olhares se encontraram e eu não conseguia parar de olhar no fundo daqueles verdes.
-ah eu não quero. Pode comer. Você parece adorar algodão doce. - Desvancilhiei um sorriso por um tempo.
-eu... Eu nunca havia provado algodão doce antes... - Disse parando de olhar nos olhos dela.
-ah... Eu... Desculpa eu não sabia... - A garota falou passando a olhar pra outro lugar e não pros meus olhos.
-tudo bem. - Ela olhou pra mim com um ar de dúvida. - Sério. De verdade tá tudo bem. Aqui, prova. - Tirei metade e dei na boca dela.
-é maravilhoso mesmo. - Ela segurou um pedaço que caiu de sua boca. -mas, Mariáh, - Fiquei meio decepcionada por não ouvir um apelido sair de sua boca. - Era seu. Você nunca havia provado antes.
-não tem problema. Vou ter a chance de provar outras vezes. E eu queria que você provasse também. - Dei um sorriso.
-El, vamos lá naquele lugar. A Ayla fica aqui com a Mari. - Lucy falou vindo até nós acompanhada de Ayla.
-ok. Roseta, eu vou ali com Lucy, tudo bem pra você ficar com a Aly? - Assenti com a cabeça já que estava com a boca cheia de algodão doce. - Toma, pra você comprar oque quiser, é débito, aproximação e sem limite. - A morena me deu um cartão Black e saiu com Lucy. As meninas foram shopping a dentro.
-bom pra onde nós vamos agora? - Ayla entrelaçou o braço no meu como se já nos conhecêssemos a anos.
-Que tal a Sephora? Eu nunca fui.
-pá hora. Vamo aproveitar o cartão que a Elle te deu. - Ayla me puxou pelo braço pra escada rolante.
[...]
Nós tínhamos ido na Sephora, Bershka e iríamos na Zara.
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@eeu.aly Eu e a de fé @mari.sophiecortês . ❤️ 155.234 mil de curtidas
@mari.sophiecortês: foquem na minha bolsa da Bershka . . @eel.benson: Só nessas duas bolsas deve ter meu salário todo do ano . @lucklucy: cala a boca mão de vaca tu é ricona . @user: diva Lucy pondo a Elle no lugar . 💬 Ver mais todos os 20.491 mil comentários.
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Eu tava amando. Tirava fotos de tudo, comprava oque eu queria, comia oque eu queria. Isso sem falar na companhia da Ayla que é simplesmente uma cospidora de pérolas.
Havíamos combinado de nos encontrar com Elle e Lucy na praça se alimentação.
Quando chegamos lá, só vi o vulto da loira que foi correndo abraçar a namorada que estava cheia de bolsas na mão.
-e aí. Tá gostando do passeio. - Elle chegou próximo de mim.
-o melhor da minha vida. - Virei para a garota. - Oque foi comprar com Lucy, afinal?
-você vai saber quando for a hora certa. - Ela acariciou meu braço.
[...]
Estávamos saindo do shopping, rindo e felizes. "Nada pode estragar esse dia." Mas mal sabia eu que dali pra frente, só pra trás.
-você prometeu mamãe... - Enquanto voltávamos pro carro ouvimos uma lamentação de uma garotinha. Todas voltamos nossa atenção a ela.
-eu sei minha querida, mas a mamãe não tem dinheiro suficiente pra comprar um balão daqueles pra você... - A mãe que estava com um olhar cansado acariciava os cabelos da filha.
-eu queria tanto um balão da Peppa... - Olhei instantaneamente para Elle.
-elle, segura aqui. - Dei a pelúcia da Peppa que tinha pego naquelas máquinas de bixinho pra Elle e fui em direção a tal família.
-oi, tudo bem garotinha? Qual seu nome? - A menina olhou pra mim com um ar de assustada enquantoeu me abaixava pra ficar da altura dela. - Calma tá tudo bem.
-mia... - Ela disse baixo.
-mia, você gosta da Peppa? - A menina assentiu com a cabeça. - Bom então isso é pra você. - Desamarrei o balão do pulso e amarrei no dela. A menina arfou e logo me abraçou. Sua mãe fez um "obrigada" com os lábios e eu devolvi com um "de nada" da mesma forma.
-muita obrigada mesmo! - A menina desgrudou de mim. Ela entortou a cabeça com se estivesse me reconhecendo e arregalou os olhos. - Mamãe ela é aquela menina rica que vai se casar com a sua chefe! - A pequena falou tão rápido que mal pude acompanhar. Ela esticou o pescoço para olhar atrás de mim. - OI! - Mia gritou para Elle enquanto acenava. Olhei para atrás também e fiz o mesmo gesto da garota. Elle sorria, um sorriso tão lindo que eu poderia facilmente emoldura-lo numa foto. Ela, Lucy e Ayla estavam apoiadas no carro apenas admirando a cena. A morena acenou de volta.
-chefe? - Perguntei a mulher, mãe da pequena garota.
-eu trabalho para a Senhorita Benson só que o salário é... - Ela desviou o olhar.
-é um salário muito baixo... Menos que um salário micro. - A menininha de cabelos castanhos fez o sinal de pinça com os dedos. Senti meu peito apertar, eu sabia qual era a sensação de trabalhar e receber menos que um salário mínimo.
Eu tinha a ideia de que essas pessoas que ofereciam micharias pelo trabalho alheio eram sem coração, e ver que alguém que eu julgava ter um bom coração pagar tão pouco a alguém. Isso me deixou meio decepcionada com a Benson.
-não se preocupe vou fazer o máximo pra mudar isso. - Acariciei o ombro da mulher e dei um último tchau a elas e voltei para as meninas.
-achei que tivesse gostado do balão. - Elle falou pra mim assim que me aproximei delas.
-eu amei. Só que eu também amei ver aquela garotinha feliz. - Entramos no carro. Eu tentava não agir de forma fria. -e eu tenho a pelúcia ainda. - Levantei a boneca na altura da cabeça e a amostrei pra Elle. A morena riu.
[...]
Parte do caminho eu passei em silêncio. Conversando com Attrie ou tirando fotos do ambiente. Aos poucos o cansaço começou a bater. Resolvi fechar meus olhos por um momento, apenas para descansar um pouco o olhar. Se eu soubesse a reviravolta que esse dia iria tomar, nunca teria dormido...
