❝ Após um ano realmente conturbado, Hae Soo pretende passar seus últimos 2 anos de escola escondida no seu círculo de amigos e na sala de pintura. Querendo se distrair, Soo também aceita sair num encontro com seu melhor amigo e aproveitar a belíssim...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Hyunjin
18:55
Em um ciclo interminável, já tinha perdido as contas de quantas vezes tentei abrir os olhos, apenas para a escuridão me engolir de volta em seguida. Palavras desconexas ecoavam nessa vastidão vazia, como se flutuassem em direção a mim, mas antes que eu pudesse agarrá-las, elas se dissipavam como névoa.
Ainda assim, havia algo de familiar na voz que pronunciava aquelas palavras. Refrescante como uma brisa de primavera, suave como o mel. Mas… de quem era essa voz?
Um estalo repentino quebrou o silêncio, e imediatamente abri meus olhos, confrontando a luz intensa que me obrigou a franzir o cenho. Não estava no mesmo lugar de antes. Apertei os lábios ao sentir o peso da dor se espalhar pelo meu corpo e me forcei a me sentar. Minha mão subiu até o rosto para tentar afastar o insistente e pesado sono.
— Merda… — O palavrão escapou num sussurro, enquanto baixava a mão e encarava a parede branca à minha frente, onde uma pequena pintura pendia inexpressiva. Respirei fundo, mas o ar estéril e carregado de desinfetante só fez meu estômago revirar. Olhei para a janela ao lado e encontrei uma noite estrelada. Milhares de pontos de luz brilhavam numa vastidão negra. Meu coração começou a bater mais rápido e uma onda de pânico começou a se erguer. Não, de novo não…
Fechei os olhos com força, como se pudesse bloquear o caos crescente dentro de mim. Por que não me lembrava de nada? Quantas vezes mais iria precisar dormir e acordar, esperando por memórias que nunca vinham?
Menos de dez segundos depois, meus olhos se abriram de novo. Minhas mãos tremiam. Um calafrio subiu pela espinha, como se uma sombra estivesse à espreita, pronta para me engolir. Eles vão me fazer dormir de novo?
Um novo estalo me fez virar rapidamente para a esquerda.
Minha respiração parou.
Ali, a centímetros de mim, estava uma garota de longos cabelos castanhos encaracolados, profundamente adormecida com a cabeça apoiada na parede. Eu sequer havia percebido sua presença tão próxima. Conforme meus olhos deslizavam pelo seu rosto delicado, notei fracas sardas espalhadas por suas bochechas e nariz, formando o que parecia uma constelação secreta. Meu olhar desceu para seus lábios entreabertos, suaves e rosados. Ela parecia ter saído de um jardim de flores.
“É ela.”
A garota do banheiro. A mesma por quem implorei, desesperado, para ver. Fiquei parado, a observando em silêncio por longos segundos, até uma sensação estranha se formar em meu peito e um nó apertar minha garganta. O que era isso?
De repente, meus olhos se arregalaram ao ver sua cabeça tombar levemente para o lado.
“Ela vai cair!”
Antes que eu me desse conta, meu braço já estava ali servindo de apoio. Meu corpo se inclinava para a beirada da cama. Prendi a respiração ao temer que ela acordasse. Na verdade eu a puxei para tão perto por impulso, sem pensar. Mordi o interior dos lábios com uma dúvida latejando. Estava tudo bem fazer isso?
