❝ Após um ano realmente conturbado, Hae Soo pretende passar seus últimos 2 anos de escola escondida no seu círculo de amigos e na sala de pintura. Querendo se distrair, Soo também aceita sair num encontro com seu melhor amigo e aproveitar a belíssim...
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— Amiga, o que foi? — Seyeon se aproximou de mim enquanto eu observava os dois homens se retirarem do elevador juntamente com o paciente. Eu mordi o interior dos meus lábios. Era como se tivesse sido atingida com um balde de água fria. — Ele não era bonito? Meu gosto é tão questionável assim?
Eu forcei um sorriso e olhei para a Seyeon.
— Ele é bonitinho sim.
Mas não era o Hyunjin.
Uma semana depois - Sábado
Eu me sentei em frente à penteadeira e observei meu reflexo no espelho, analisando o meu pequeno progresso diário. As olheiras escuras e inchadas haviam diminuído consideravelmente e minha pele voltara a ter um pouco mais de cor. Eu observei meus lábios e forcei um sorriso. Isso, um dia de cada vez.
Havia se passado duas semanas desde que eu encontrei o Hyunjin no parque, e ele ainda permanecia em coma. Todos os dias no final da tarde eu ia para o hospital visitar as crianças com câncer, e tinha esperança de que conseguiria encontrá-lo acordado. Obviamente, isso não aconteceu.
A Myung Hee, mãe do Hyunjin, voltou a falar comigo depois de inúmeras mensagens enviadas e passou a me informar se teve alguma melhora ou não. Contudo, a maior parte das suas atualizações eram neutras, Hyunjin não estava nem melhorando nem piorando. Não era bom nem ruim.
Aquela situação estava sendo tão aflitiva para mim que eu contei tudo o que estava sentindo aos meus pais. Não expliquei sobre o que aconteceu na escola, mas contei sobre minhas preocupações, incerteza e a sensação de impotência a respeito do Hyunjin enquanto chorava. E eles me ouviram pacientemente e me acolheram. E agora eu sentia que poderia suportar essa situação por mais um tempo.
— Você vai para lá de novo, Soo? — Jeongin indagou em minha cama enquanto folheava uma das minhas pastas de desenho. Eu levantei as sobrancelhas, me esquecendo completamente que ele estava ali.
Como nossas famílias também eram melhores amigas e vizinhas, era completamente normal a gente estar na casa um do outro. Jeongin já era praticamente parte da família, então meus pais não ligavam quando ficávamos sozinhos em meu quarto, mas a porta permanecia sempre aberta.
— Uhum, as crianças sentem a minha falta. — respondi enquanto aplicava uma leve camada de base em meu rosto e a espalhava uniformemente. Eu não estava mentindo, um dos motivos de ir ao hospital era mesmo para ficar com elas.
— Sei... — meu amigo soltou um resmungo e eu o encarei através do espelho depois de passar o pó translúcido. Jeongin sequer disfarçava seu descontentamento enquanto encarava uma página qualquer da minha pasta. — E se você não ir hoje?
Eu peguei um lápis marrom e comecei a preencher delicadamente minhas sobrancelhas.
— Por que não, Jeongin? — devolvi a pergunta enquanto pegava a máscara de cílios e aplicava uma camada. Eu já sabia bem aonde ele queria chegar.
