Capítulo 05

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ATENÇÃO: Este capítulo conterá gatilhos, como: Angústia, personagem com risco de morte, descrição de ferimentos e sangue. Para leitores sensíveis é recomendado apenas a leitura do capítulo 06.

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08:50

Uma pessoa ferida.

Havia tanto sangue.

Cada centímetro de meu corpo se estremeceu e meu coração quase saiu pela garganta. Eu não conseguia afastar minhas costas da árvore e nem desviar meus olhos arregalados do homem à minha frente. Engoli em seco. Ele estava numa posição contorcida e sua cabeça se apoiava numa pedra. Estava morto? Senti bile começar a subir pela minha garganta, ameaçando colocar qualquer coisa que estivesse em meu estômago para fora, e rapidamente me curvei enquanto movia uma das mãos sob a minha boca e a outra prensava contra minha barriga.

Graças a Deus, eu não havia tomado o café da manhã.

Atrás de mim, Dotoli começou a latir com mais frequência. Levantei a minha cabeça e a encostei no tronco da árvore, me obrigando a fechar os olhos para tentar controlar o meu corpo em pânico. Meu Deus, eu ia desmaiar a qualquer momento. Cerrei o punho forte o suficiente para fazer minhas unhas machucarem a palma da minha mão e respirei fundo por alguns segundos. Quando notei a vertigem diminuir, abri meus olhos e trouxe meu celular até meu campo de visão.

Com os dedos trêmulos, digitei o número do Jeongin. Levei o aparelho até minha orelha e aguardei a ligação ser atendida. Respira, Hae Soo, respira. Eu iria avisar Jeongin da minha localização e em seguida iria ligar para a emergência.

— Calma, Soo, já estou saindo da...

Jeongin sequer conseguiu terminar a frase quando de repente Dotoli soltou um alto latido seguido de rosnados agressivos. Arregalei os olhos e imediatamente me virei para trás, sentindo suor frio percorrer todo o meu corpo. Não consegui ouvir mais o que meu melhor amigo falava do outro lado da linha.

Galhos se quebraram no chão. Vários passos se aproximando. Dotoli continuava a latir desesperadamente.

— Hae Soo? Está me ouvindo? Cadê você?

Prendi a respiração enquanto me escondia atrás da árvore ao ouvir vozes masculinas. Eles estavam há poucos metros de distância de mim. Eram pessoas normais? Será que eles voltaram para pegar o cadáver? Eles também me matariam? Eu não conseguia pensar direito, só conseguia sentir meu coração cada vez mais próximo da minha garganta.

— Hae Soo, pelo amor de Deus, me responda! Onde você está?

— Perto do lago, onde há mais árvores. — respondi num rápido sussurro quando me dei conta de que Jeongin ainda estava na ligação. Passei a mão pela minha testa enquanto sentia meu corpo estremecer novamente e meu estômago revirar. Eu já conseguia ouvir as vozes deles claramente.

O que está aconte-

Outro latido da Dotoli.

ㅡ Ei, você! Atrás da árvore. Saia. — Uma voz grossa e autoritária surgiu repentinamente atrás de mim e senti minha alma se esvair por completo. Este seria o meu fim. Desliguei meu celular e o escondi na bolsa. — Saia agora!

Trêmula, respirei fundo e lentamente me afastei da árvore. O parque parecia estar girando e minhas pernas estavam completamente decididas a falharem comigo. Quando levantei o meu olhar, encontrei três policiais do tamanho de uma muralha, um deles estava bem no centro e com um pastor alemão na guia, e um homem com roupa de caminhada. O policial com o cão tinha uma expressão dura e impassível, ele parecia ser o mais experiente dentre os seus parceiros, e eu presumi que a voz que ouvira fosse dele.

Spring in Your Eyes • HyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora