➩ Capitão Nascimento e um velho amigo de infância se reencontram, um convite para um jantar é lhe oferecido e por algum milagre é aceito. Bem longe dali Isabella completa a maior idade e então resolve voltar para o seu país e morar com seu pai, ao c...
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Roberto Nascimento's POV
Passei mais cedo no hospital central do Rio só pra pegar a nova receita de remédios que eu preciso. Ultimamente ando muito pilhado e com uns desconfortos no tórax, achei que era infarto uma vez, até o doutor dizer que era um tal de ataque de pânico.
Até um tempo atrás tomar remédio por causa disso pra mim seria frescura, mas isso 'tá sendo tão frequente que anda atrapalhando minhas operações.
Entro na farmácia mais próxima que achei e saio pelos corredores feitos de prateleiras em busca do remédio da minha receita, me sinto meio perdido por raramente precisar entrar em uma farmácia e mal saber onde ficam os remédios ou se preciso falar com alguém pra ter acesso a eles.
A garota parada em minha frente rouba minha atenção de imediato quando reconheço quem é. Isabella está parada em frente à uma prateleira com testes de gravidez enquanto analisa um em suas mãos.
Eu gelo por completo assim que percebo. As memórias daquela noite começam a voltar em alta velocidade na minha mente me fazendo entrar em pânico.
— Isabella? — tento passar firmeza e segurança na minha voz, por mais que meu estado agora seja de total pânico.
Ela por impulso esconde o teste em suas mãos porém sendo um pouco tarde por eu já ter visto. Mas isso me possibilitou outra coisa, ao olhar para a outra mão dela, vejo uma cesta dessas de farmácia cheia de testes de gravidez de diferentes marcas.
Porra Isabella.
— Beto? — sua voz parece nervosa. — Entre tantas farmácias no Rio, resolvemos comprar na mesma e no mesmo horário. — ela ri tentando amenizar o clima enquanto eu só consigo ficar calado. — Você não 'tá me seguindo não, né? — ela brinca.
Eu ainda não consigo nem formular uma frase sequer pra responder ela. Por fora eu 'tô de postura reta e séria, mas por dentro totalmente desestabilizado com a ideia do que pode significar isso.
Isabella percebe meu desconforto mas ainda fica esperando eu falar alguma coisa. Recupero o fôlego e finalmente abro a boca pra falar algo.
— Fica tranquila, foi uma surpresa tanto pra você quanto pra mim te encontrar aqui. Nessas condições... — digo direcionamento meu olhar para a cesta que ela carrega.
Isabella fica confusa por um tempo mas logo que segue meu olhar, entende. Ela ri nervosa e passa a mão no cabelo, parecendo meio perdida e procurando uma forma pra me responder.
— Tem alguma coisa que eu talvez precise saber? — pergunto sem muita enrolação.
— Você precisa ficar calmo, viu? — ela diz de forma séria e objetiva. Isabella não parece estar mais nervosa e carrega um semblante sereno no rosto.
— Sem enrolação, Bel. Naquela noite foi dentro e a gente não usou camisinha, agora eu te vejo comprando uns trinta teste gravidez e você vem me dizendo pra ficar calmo? — minha voz fica um pouco alterada e me aproximo mais dela com autoridade, atraindo a atenção de algumas pessoas ao redor.
