➩ Capitão Nascimento e um velho amigo de infância se reencontram, um convite para um jantar é lhe oferecido e por algum milagre é aceito. Bem longe dali Isabella completa a maior idade e então resolve voltar para o seu país e morar com seu pai, ao c...
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Roberto Nascimento's POV
Cheguei do trabalho cansado, só consegui tirar a farda e me jogar na cama. Era por volta das 01:40 da manhã quando acordei com a desgraça da Rosane me ligando. Por sorte, eu 'tava sonolento de mais pra xingar ela.
Quando atendi o telefone só consegui escutar a voz de preocupação dela, seguida de "o Rafa 'tá em um baile funk no Vidigal". Parceiro, no momento em que eu escutei o nome do meu filho associado à favela eu desliguei o telefone na hora e me levantei já colocando o coturno.
Se eu tivesse criado ele comigo, baile funk nunca que seria uma possibilidade de lugar que o meu filho ia se encontrar. O que me deixa mais puto não é só ele estar onde está agora, e sim saber o motivo dele ter ido pra lá.
O Vidigal não é uma favela tão perigosa assim, tem outras bem piores mas continua sendo uma favela. Com vagabundo armado e os caralho a quatro. O Rafa é moleque novo, nunca pisou em uma favela e acho difícil terem passado pra ele um manual de como agir dentro de uma favela.
O Rafa vem me dando muita dor de cabeça na polícia ultimamente, se envolveu com uma galera aí e uma menina que só mete ele em problema. Sendo meu filho, no mínimo não deveria ser tão fraco assim pra boceta.
Cansei de falar pra Rosane não deixar mais ele chegar perto dessa garota, mas aparentemente ela é outra apaixonada por essa menina. E agora com o Rafa já tendo a maioridade, ficou impossível mesmo de afastar.
— Atenção senhores, sem muito alarde. O negócio é chegar lá, achar esse sujeito da foto e sair. Os senhores me entenderam? — falo me virando para uma parte do meu batalhão que se encontra no banco de trás da viatura. — Sem muita violência com o moleque, os senhores tenham em mente que é o meu filho, entendido?
— Caveira. — os quatro homens que estão dentro do carro comigo dizem.
Com essa viatura, somos três carros da UPP indo pro Vidigal, e assim que subimos as explosões no céu começam. Vagabundo agora anda cabreiro.
A música alta do baile me estressa. Nossa presença ali faz muita gente começar a ir embora enquanto outras só ficam olhando. O fuzil preso no meu peito intimida todos que me aproximo. Não tem tanta gente como costuma ter nos bailes funks, mas fazer o pente fino aqui pra achar o Rafa vai ser difícil pra caralho.
