Nada passa despercebido por Lee Felix

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Não importa quantas vezes eu fale, mas as aulas do SeulWood são tediosas. Perdi as contas de quantas vezes peguei no sono só nesse segundo horário de História, parece ainda pior que nos outros dias. Alguns dos outros alunos nem se importavam em abaixar a cabeça e literalmente dormir, mas eu estava fazendo o possível para ficar acordado.

Não que tenha sido um grande esforço, já que a minha mente só pensava na noite anterior — no beijo com HyunJin, na felicidade de Jeongin ao receber uma chance, no momento de conforto com Green e Red... — e era como se tudo estivesse passando bem diante dos meus olhos, como um verdadeiro filme.

Por algum motivo, me sinto realmente eufórico ao pensar no beijo e na carinha que Jeongin fez ao ouvir que eu o daria mais uma chance. Ah, sinto que vou entrar em combustão!

Acho que passei duas aulas inteiras refletindo sobre a noite anterior, até ouvir o som da sirene anunciar o terceiro horário, de Sociologia. Seria tão entediante quanto História.

— Oi — ouviu uma voz próxima a mim, e em seguida o som de cadeira sendo arrastada para o meu lado. Franzi o cenho ao ver Jeongin juntar nossas carteiras — Hoje sociologia tem atividade em trio, ela avisou na aula passada.

— E obviamente vamos fazer juntos. — Felix estava sentado na cadeira da frente, então só se virou para trás.

— Eu nem topei...

— Você tem outra opção além da gente? — Felix perguntou e eu fiquei em silêncio. — Exatamente, a resposta é "Não".

Odeio como Lee sempre consegue ser tão direto (e sincero) nas coisas que fala. Se o espelho da Branca de Neve fosse uma pessoa, certamente seria ele.

Mas não fiquei pensando em Felix por muito tempo, já que involuntariamente olhei para o garoto ao meu lado; ele abriu um pequeno sorriso para mim, mas não consegui corresponder.

Sinceramente, nunca imaginei que voltaríamos a sentar um ao lado do outro no colégio, o que era irônico, já que antigamente os professores piravam para tentar nos afastar. Nossos pais já foram chamados várias vezes por isso, inclusive.

E agora, encarando Jeongin depois de tantos meses evitando sequer manter contato visual, notei que suas feições não eram mais as mesmas do início do ano. Talvez fosse impressão minha, mas ele parecia bem mais maduro agora.

Mas por que estou o encarando tanto?

Me ajeitei na cadeira, voltando a olhar para Felix que, agora, estranhamente parecia um pouco inquieto.

— Tudo bem, Felix? Parece agitado.

— Ah, não é nada, só queria falar uma coisa com você.

— O quê?

— Ah... — ele pareceu sem jeito. — É que tipo assim... não sei como falar.

— Falando?

Ele mordeu os lábios, ainda sem jeito. Confesso que estou começando a ficar preocupado, mas Jeongin disse por ele:

— Ele quer o número do Jisung. — soltou uma risadinha. — Desde ontem está me infernizando com isso, mas eu não quis dar.

— O número do Jisung? Poderia ter pedido ontem, meu irmão é sociável igual a você, Lix.

— Seria estranho pedir do nada. Queria que Innie desse um jeito de me passar sem que ficasse estranho, mas ele não quer!

— Tá, eu te passo o número dele.

Eu não via problema nenhum em dar o número do meu irmão, já que eles aparentemente haviam se dado muito bem e tudo mais, mas arregalei os olhos ao entender as expressões suspeitas que os dois fizeram.

Com amor, Seungmin | 3INOnde histórias criam vida. Descubra agora