➳ Capítulo 08| Mini demônio

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Uma hora

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Uma hora.

Já havia se passado uma hora.

O que está acontecendo? Por que ela não sai do quarto?

Eu encarava o espaço escuro por debaixo da porta, esperando qualquer sinal de movimento. Nada. Tudo continuava em silêncio. O tempo passava, e Maria ainda não dava nenhum sinal de vida.

Sentia meus olhos se fechando quando, de repente, ouvi o som da fechadura do quarto de Maria sendo destrancada. Despertei rapidamente, encarando a porta ainda fechada. Levantei-me do chão, sentindo uma dor aguda latejar no meu pescoço. Apertei o pescoço com força, tentando aliviar a dor, e em seguida peguei a maçaneta, respirando fundo antes de entrar no quarto.

Ao girar a maçaneta, abri a porta devagar. Assim que dei o primeiro passo, ouvi seus soluços repetidos.

Adentrei mais no quarto e, lentamente, caminhei pelo chão gelado, resfriado pelo ar condicionado recém-desligado. De longe, vi Maria sentada no chão, encostada na cama, olhando fixamente para o berço vazio de Noah.

— Eu sou uma péssima mãe — disse ela, as palavras sufocadas por lágrimas e soluços.

— Não diga isso… você não é uma péssima mãe — respondi, me aproximando e sentando ao seu lado.

Ela olhou para mim, seus olhos verdes cheios de lágrimas, a dor evidente em seu rosto.

— Eu deixei o meu filho, Belle! Que boa mãe faria isso?

— É a sua primeira vez sendo mãe. É normal se desesperar — retribuí seu olhar com um sorriso gentil, tentando transmitir alguma calma.

— Eu nunca vou me perdoar pelo que fiz com ele — disse ela, a voz quebrando.

— Talvez me contar o que aconteceu te ajude a se sentir melhor. Quer me contar o que aconteceu? — segurei sua mão, tentando oferecer conforto.

Maria respirou fundo e, com a voz mais calma, começou a me contar o que havia acontecido horas antes de eu chegar.

— Eu estava amamentando Noah, e quando ele terminou, tentei fazê-lo dormir. Cantei para ele, balancei-o, mas ele não adormecia. Então eu disse: "Vamos, filho. Ajude a mamãe e durma" — disse ela, com a voz trêmula. — Mas, em vez de dormir, ele começou a chorar ainda mais — lágrimas se formaram em seus olhos. — Eu tentei acalmá-lo, eu juro. Mas, quando vi que ele não parava, um pensamento horrível passou pela minha mente... eu simplesmente quis... matá-lo.

Maria ficou paralisada, assustada com o que havia acabado de dizer. Seus olhos arregalados, suas mãos trêmulas e a voz falha revelavam o medo profundo que sentia de si mesma naquele instante.

— Meu Deus… o que eu ia fazer?! — desesperou-se, chorando enquanto colocava as mãos no rosto.

— Ei! — segurei suas mãos, afastando-as do rosto. — Está tudo bem, ok? — disse baixinho, o suficiente para ela ouvir. — Eu estou aqui ao seu lado e entendo totalmente o que está sentindo.

Amor abaixo das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora