➳ Capítulo 03| (ir)responsabilidade

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As luzes da cidade vacilavam naquela hora incerta, deixando minha visão confusa

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As luzes da cidade vacilavam naquela hora incerta, deixando minha visão confusa. O semáforo exibindo o vermelho parecia prolongar-se infinitamente, aumentando minha ansiedade enquanto Elliot lutava contra o mal-estar ao meu lado.

Eu prometi cuidar dele, mas nunca mencionei que isso incluiria impor limites em sua vida. No entanto, mesmo sabendo que a culpa eventualmente recairia sobre mim, senti a responsabilidade pesar em meus ombros. Eu precisava agir rapidamente para cuidar dele antes que a situação se agravasse.

Finalmente, a luz verde do semáforo brilhou, e eu acelerei em direção ao hospital. A desvantagem de viver em Dartalna era a presença de apenas um hospital, e ele ficava longe demais para meu gosto, especialmente em uma emergência como aquela.

Após longos minutos chegando ao hospital, estacionei o carro e desembarquei. Contornei o veículo e me dirigi até a porta do lado de Elliot. Ao abri-la, ele se inclinou para fora e vomitou em minha calça, o líquido escorrendo pelas minhas pernas até os pés.

Respirei fundo, controlando os nervos que afloravam dentro de mim. Firmei meu braço ao redor dele e o conduzi para dentro do hospital, habilmente fechando a porta com o pé enquanto nos movíamos para o interior do prédio.

Caminhamos até a recepção, onde mal havia pacientes. Se tivesse 10, já seria muito.

Com cuidado, auxiliei-o a se acomodar na cadeira, garantindo que estivesse confortável antes de me encaminhar para o balcão da recepcionista. Ao me aproximar, notei que ela exibia uma expressão de desagrado, como se tivesse acabado de morder um limão azedo.

— Com licença — chamei, minha voz ecoando através do pequeno orifício no vidro do balcão. — O meu amigo ali precisa de ajuda.

A mulher permaneceu alheia, ignorando-me por completo, e essa atitude começou a me irritar profundamente.

— Moça… — chamei por ela novamente.

Como pode ter tão poucos pacientes aqui e ainda assim ela não consegue se concentrar no trabalho? Senti a frustração crescendo dentro de mim enquanto eu lutava para manter a calma.
Respirei fundo, tentando controlar as emoções que borbulhavam dentro de mim. Quando abri os olhos, pronta para abordá-la, finalmente percebi o motivo de sua distração: os fones de ouvido encaixados firmemente em seus ouvidos. Um misto de exasperação e incredulidade percorreu meu corpo.
Sem hesitar, bati a mão no balcão com força, causando um estrondo repentino que fez com que ela pulasse de susto.

— Oi, o que aconteceu? — perguntou atordoada, a jovem moça em minha frente.

Suspirei nervosa e então respondi sua pergunta o mais educada possível.

— Meu amigo precisa ser atendido, ele bebeu demais e tá vomitando muito — respondi, e me virei para apontar para Elliot que estava sentado no banco, enquanto eu e a moça da recepção fazíamos careta ao ver ele vomitar no chão branco do local.

Amor abaixo das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora