𝐖𝐢𝐥𝐥𝐢𝐚𝐦 carrega o peso de um legado sombrio: filho de um notório assassino em série, sua existência é marcada pelo estigma e pela suspeita. Em um cenário em que todos o vê como uma extensão dos crimes de seu pai, ele se blindou contra o mundo...
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9 anos de idade
Não importava quantas vezes eu tentasse afastar meu irmão, ele continuava se aproximando. E já não me importava com a dor que eu recebia por receber a gentileza dele. Mesmo que meu pai me batesse, e a mãe usasse meu corpo, eu ainda tinha Karl.
Nos últimos dias tenho me perguntado se eu realmente sou incapaz de amar.
— Pegue. — Karl entregou-me uma maçã. — Bons estudos!
Amor.
Essa palavra não existe para pessoas como eu.
— Obrigado, irmão. — agradeço.
Eu não posso chamá-lo assim, mas já não me importo. Vou apanhar de qualquer jeito mesmo. Se eu fizer ele sorrir, eu venci.
— Preciso ir, irmão. O papai me chamou para passear e ele não gosta quando me atraso.
— Bom passeio.
Ele me deixou sozinho novamente, encarei a maçã feliz, movi meus lábios como via todos fazendo, sentindo meus músculos se esticando, eu sorri, pela primeira vez na vida.
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Dias atuais... Wolf Trap, VA. Quarta-feira, 03: 15 AM.
Eu deslizo pelas sombras, mascarando minhas intenções com sorrisos falsos. Mas hoje, pela primeira vez, sinto o frio da paranoia rastejando pela minha espinha. Meu alvo não é uma presa comum. Ele é um pensador excessivo, um garoto cuja mente é uma lâmina afiada, ele é, William Sheridan. Desde que o conheci, notei que estava constantemente pensativo, decifrando as pessoas. Ele facilmente viu além da minha máscara social. Meu melhor disfarce, o sorriso, não o enganou. Ele olhou em meus olhos e pareceu ver através deles.
É perigoso.
Porém, de alguma forma, isso me deixa ainda mais estigado. Quero dissecar as ações dele, expor suas fraquezas e dominá-lo.
