𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟐

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 Wolf Trap, VA

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Wolf Trap, VA.
Quinta-feira,7:30 AM 

      A floresta estava escura, o cheiro de terra úmida e folhas apodrecendo preenchiam o ar. A lua cheia brilhava através dos galhos retorcidos, lançando sombras sinistras no chão. E lá, diante de mim, estava o homem que matei. Seus olhos eram poços negros de ódio e vingança.

     Ele me encarava com uma intensidade que me fez paralisar por um segundo. Eu podia sentir a textura do cinto de segurança em minha mão, a arma do crime. O rosto de Mark estava contorcido em agonia, mas seus lábios se curvavam em um sorriso cruel.

      — Você achou que poderia escapar impune? — sussurrou ele, a voz ecoando na escuridão. — Você pensou que poderia me matar e seguir em frente com sua vida?

      Tentei recuar, mas meus pés estavam presos ao chão. Mark se aproximou, apertei ainda mais o objeto em minhas mãos. Ele levantou a mão que adornava seu canivete reluzente, pronto para desferir o golpe final.

      Então, eu acordei com o coração martelando no peito, os lençóis grudados à pele suada. O pesadelo ainda me envolvia em abraço frio, as imagens vívidas e angustiantes dançando em minha mente. Olhei em volta, observando o quarto silencioso, exceto pelo som da minha própria respiração. O medo ainda pulsava em minhas veias.

      Ele está morto, eu sei disso. Eu fiz isso para me proteger. Mas me questiono se vou conseguir dormir em paz de agora em diante.

      Depois de me recuperar do pesadelo, segui minha rotina matinal normalmente como se eu não tivesse usado estas mãos que estão preparando meu café da manhã para matar alguém. Desisti de ir para a faculdade hoje. Eu preciso organizar meus pensamentos, minha vida.

     Entender o que caralhos aconteceu ontem. Mas não dá para isso de barriga vazia.

      Me sentei no sofá para tomar meu achocolatado. Liguei a televisão para me distrair um pouco, já que eu não sei que fim teve meu celular. O noticiário estava no ar, e eu estava absorto naquilo que parecia ser mais um caso de desaparecimento. Mas, dessa vez, não era. A voz do âncora ficou mais séria, e as imagens mostravam uma cena macabra.

      — Buscas pelo filho desaparecido do prefeito de Nova York chegaram ao fim. — anunciou o repórter. Na televisão, a imagem do prefeito, com olhos cansados e expressão abatida, segurando uma caixa nas mãos chamou minha atenção ainda mais. — Ontem, durante uma festa beneficente, o prefeito recebeu uma encomenda anônima. — continuou o ele . — Dentro dela, estavam partes do corpo de Scott Campbell.

     O assassino frio e impiedoso havia enviado aquele terrível presente, como se zombasse da dor da família e da cidade inteira. Os moradores de Nova York e Virgínia devem estar chocados. A violência do crime era inimaginável para alguns. Enquanto a câmera focava nos olhos do prefeito, vi a angústia e a raiva neles. Ele prometeu justiça para o filho, e a polícia agora estava empenhada em encontrar o responsável por essa atrocidade. Que por acaso é o  homem que tem me perseguido.

𝐀𝐒𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐀-𝐌𝐄Where stories live. Discover now