𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟐𝟒

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Fairfax, VA

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Fairfax, VA.
Sábado, 07:00 PM.

     Eu estava sentado no corredor da casa de John, a cabeça cheia de perguntas e o coração pesado. Desde a festa na boate, ele se trancou no quarto, e cada minuto que passava sem notícias dele me deixava mais inquieto. O que tinha acontecido? Por que ele não estava saindo? 

     Finalmente, ouvi a chave girar na fechadura e a porta se abrir lentamente. Quando vi John, a expressão dele era devastadora; seus olhos estavam vermelhos e inchados, como se ele tivesse chorado por horas. Sem pensar duas vezes, fui até ele e o envolvi em meus braços. No instante em que ele caiu em meu peito, pude sentir que algo estava terrivelmente errado.

      — Foi... Bryan. — as palavras dele saíram entrecortadas. — Foi o Bryan que matou a minha mãe...

     O choque me atingiu como um soco no estômago. Desde o começo, John havia me contado que a mãe dele tinha sido atropelada, por isso ele não precisou fugir de casa como havia planejado inicialmente. E agora isso? A verdade estava bem diante de mim, mas eu não conseguia aceitá-la.

     — John, não... — murmurei, tentando processar. — Mas por quê? O que ele ganharia com isso?

     Ele enterrou o rosto em meu pescoço, as lágrimas se transformando em um torrente que encharcava minha camisa. Senti meu coração apertar.

     — Ela... ela fazia... coisas... — John disse, a voz tremendo. — Mas... ela era minha mãe.

     — O que ela fazia? — perguntei, a urgência crescendo em mim. Enquanto acariciava o cabelos dele. 

     Ele começou a hiperventilar, e, de repente, caímos no chão. Eu o segurei firme, não queria soltá-lo, como se isso pudesse protegê-lo de tudo o que o atormentava.

     — Ela... me machucou. — John finalmente confessou, e suas palavras pareciam estar me  cortando, como uma lâmina. — Muitas... vezes...

      — John, não... — disse, segurando-o ainda mais apertado. Queria que ele parasse de chorar, que a dor sumisse, mas não sabia como. Não podia entender a extensão do que ele havia sofrido.

      Minhas mãos deslizaram sob a camisa dele e senti as cicatrizes nas suas costas, as marcas de um sofrimento que ninguém deveria carregar. Tudo o que eu conseguia ver era a dor na expressão de John.

     — Ela me... purificava... — ele murmurou, as palavras quase inaudíveis entre os soluços. — Eu... era...  um pecador... por isso merecia isso... precisava de... perdão.

      Aquela declaração me deixou paralisado. Como alguém poderia fazer isso? Como uma mãe poderia machucar seu próprio filho? Eu precisava ser forte por ele.

     — Shh... — falei, tentando acalmá-lo. — John, os pecados são perdoados apenas por Deus. Sua mãe não era Deus.

      — Mas eu não sou perfeito, William! — ele exclamou, as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Eu fiz coisas ruins, coisas que não posso apagar!

𝐀𝐒𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐀-𝐌𝐄Where stories live. Discover now