Peço desculpas pela demora, o notebook que eu usava para escrever queimou a tela (para a minha alegria como universitária). Mas consegui arrumar um tablet para substituir, então vou atualizando quando eu puder. Sem mais delongas, boa leitura 😊
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Quando Scorpius acordava suando frio de um sonho ruim, os ponteiros do único relógio daquele quartinho marcavam três e quarenta e sete da manhã. Respirava com dificuldade, os resquícios das vozes de seus avós ainda eram vívidos em sua mente, o perturbando. Rapidamente retirou as cobertas que usava e andou rapidamente até o banheiro que havia ali, lavando o rosto com água corrente, normalizando a respiração logo em seguida.
Foi só um sonho, repetia a si mesmo, nada daquela merda era real.
Olhou brevemente para seu reflexo no espelho. As orelhas grandes, o nariz graúdo e achatado, os dentes que tinham aquela separação dos incisivos centrais... Cada detalhe que julgaram ser um defeito em si ele reparou. Tudo sem glamour, poção ou feitiço para disfarçar ou esconder algo. Era o Scorpius que ele sempre reprimia na sua frente, no seu reflexo.
E pela primeira vez em muitos anos, não sentiu aversão por ele. Até permitiu um sorriso fugir de seus lábios, mostrando com mais evidência a separação dos dentes.
Era a mesma separação que sua mãe tinha nos dentes dela. Seu nariz era como o dela, assim como suas orelhas e até mesmo as íris castanhas que lembravam o mais forte tom de bronzita polida. Todas essas características que passou a odiar, pois seus avós haviam o ensinado, eram características da sua mãe.
Scorpius sentia-se um péssimo filho por isso.
Saiu do banheiro depois daquela reflexão, voltando a deitar em sua maca. Confessava que estava cansado de estar preso naquele lugar sem ter muito o que fazer, mas sabia que era importante aquele tempo para sua recuperação. Havia percebido que estava engordando um tanto, mas ainda era uma longa corrida até chegar onde deveria estar na zona saudável.
Mas aquilo significava que estava conseguindo. Seus cabelos não estavam mais caindo e já era bem maior o intervalo de que não conseguia comer sem golfar logo em seguida. Madame Williams misturava bastante o tratamento bruxo, como as poções e feitiços, com os métodos trouxas, e a melhora não só do seu caso como o de Albus era muito bem vista. Talvez não demorasse mais para voltarem a andar pelos corredores de Hogwarts novamente.
Scorpius sentiu o sono voltar a lhe atingir, e quando menos percebeu já estava entregue a Morfeu.
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Para Scorpius, onze de novembro era um dos piores dias que se poderia existir.
Dezessete era umas das idades mais aguardadas pelos jovens, pois era com essa idade que se atingia a maioridade no mundo bruxo. Ser maior de idade lhe permitia muitas coisas, desde aparatar até magia sem varinha fora da escola. Ser maior de idade no mundo bruxo significava liberdade.
Mas nada daquilo adiantava para Scorpius, já que estava fadado a se casar com uma sangue-puro que ao menos sabia quem era e continuar a linhagem purista da família.
Linhagem esta que foi jogada no ralo pois Scorpius havia descoberto que era um meio-Veela.
As penas em seu rosto e mãos não eram por acaso, e de acordo com as pesquisas de Madame Williams esse gene havia sido herdado de sua mãe, que também era uma. Descobrir esse lado estava ajudando a entender várias coisas que estavam acontecendo consigo, até mesmo sobre o que sentia sobre Albus.
A verdade era que, diferente do que muita gente acreditava, não existia aquela baboseira de alma gêmea ou interligado. Veelas podem se apaixonar por vários e várias pela sua vida, e era até mesmo um pouco esquisito pensar que aquela criatura só possa ser destinada a uma única pessoa se a sua natureza é a sedução de suas vítimas.

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Flowers and Buttlerflies
FanfictionO quão forte pode ser o jovem amor para superar o dinheiro velho? O quão profundo pode ser os segredos? O quão longe pode as aparências enganar? O quão distante pode-se ir por alguém? Mas acima de tudo: O quão intenso pode ser o renascer e o floresc...